Se estima que quase a metade das pessoas que vivem sem autorização nos Estados Unidos ingressaram legalmente no país e acabaram ficando após expirar seus vistos. Para combater o problema, o governo federal lançou na semana passada seu programa mais ambicioso para rastreá-los.
O Escritório de Aduanas e Proteção de Fronteiras começará a fazer escaneamentos faciais e dos olhos dos estrangeiros que ingressarem por Otay Mesa em San Diego. A partir de fevereiro, os estrangeiros que forem ao México a pé por esse ponto também serão escaneados.
O programa piloto, que durará até o final de junho do próximo ano, ajudará a determinar se as autoridades expandem ou não os exames biométricos a todas as fronteiras por terra na fronteira com o México. As autoridades revisarão a precisão das câmeras.
Por mais de duas décadas, o Congresso tem debatido a implantação de exames biométricos como impressões digitais e escaneamentos faciais e de olhos das pessoas que saem do país, mas a tarefa tem representado um enorme desafio logístico e financeiro. Não existe um sistema de verificações nas fronteiras terrestres.
Marc Rosenblum, vice-diretor de política de imigração do Instituto de Políticas de Imigração, disse que o esforço para capturar parâmetros biométricos de pessoas que saem do país corrigiria “a maior deficiência no sistema”.
Os exames biométricos têm causado objeções de defensores da privacidade, que temem que as autoridades usem mal a informação ou que o sistema seja vulnerável ao roubo de identidade. As propostas têm causado preocupações entre comerciantes e viajantes por causa dos congestionamentos.
“Historicamente temos controlado a entrada, mas não a saída por nossas fronteiras”, disse Jim Williams, um ex-funcionário do Departamento de Segurança Nacional que supervisionou gestões para implementar exames biométricos nas fronteiras entre 2003 e 2006. “tem havido carência de infraestrutura e de investimentos”.
Um estudo feito em 2006 pelo Pew Hispanic Center estimou que entre 40% e 50% dos imigrantes que vivem sem permissão legal no país acabaram ficando depois da expiração de seus vistos, uma cifra que é aceita pelos funcionários de imigração, mas que é muito difícil de precisar.
Otay Mesa foi a quarta porta de entrada mais movimentada na fronteira no ano passado, com 14,8 milhões de carros e trabalhadores ingressando no país por Tijuana.
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