Um investigador hispânico garante que o governo americano usa o deserto na fronteira sul como arma para deter a imigração indocumentada, sem pensar na profundidade das causas da problemática.
“As autoridades estão obrigando os imigrantes a tomar caminhos onde a probabilidade de morrerem é muito alta, o ambiente é tão inóspito que destrói os corpos e muitos deles nem sequer são localizados”, disse em entrevista Jason De León, professor da Universidade do Michigan.
O antropólogo é autor de um trabalho de recente publicação no qual fez um levantamento de mais de 5 anos de investigação sobre a morte de indocumentados na fronteira e cujo ponto de partida foi o recolhimento dos pertences que os imigrantes deixavam pelo deserto.
O investigador alega que a política de “prevenção através da dissuasão” busca desestimular a imigração, com a premissa de que se suficientes pessoas morrerem ao tentar cruzar a fronteira os imigrantes simplesmente deixarão de tentar.
Filho de pai mexicano e mãe filipina, Jason De León espera que seu livro “The Land of Open Graves: Living and Dying on the Migrant Trail”, editado pela Universidade da Califórnia, não seja visto como um trabalho acadêmico e desta maneira chegue ao público em geral, para assim chamar a atenção sobre um problema que perdeu força e visibilidade, inclusive nos meios de comunicação.
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