O herdeiro do grupo sul-coreano Samsung, Lee Jae-Yong, é considerado oficialmente “suspeito” no escândalo de corrupção que provocou a destituição da presidente do país, anunciaram os investigadores na quarta-feira.
“Decidimos interrogar o senhor Lee (…) na qualidade de suspeito”, declarou à imprensa Lee Kyu-Chul, porta-voz da equipe de investigadores independentes que trabalha no caso, ressaltando que “se reservam a possibilidade” de detê-lo caso considerem necessário.
Este caso de corrupção, que provocou uma importante crise política na Coreia do Sul, gira em torno da influência exercida por Choi Soon-Sil, de 40 anos e amiga da presidente Park Geun-Hye.
Choi está sendo julgada atualmente por ter utilizado sua relação com Park para embolsar enormes quantidades de dinheiro de grandes conglomerados sul-coreanos, que pagaram milhões de dólares a fundações privadas criadas por ela supostamente em troca de favores.
Em uma ramificação do caso, os investigadores suspeitam que a Samsung pagou a Choi para obter a aprovação do governo a uma controversa fusão realizada em 2015 entre a Cheil Industries, holding do grupo, e a C&T, uma filial presente no comércio e na construção.
Esta operação havia sido considerada uma etapa crucial para garantir que Lee Jae-Yong fosse nomeado sem dificuldades como máximo dirigente do grupo.
Nas últimas semanas, os investigadores interrogaram em várias ocasiões os dirigentes da Samsung e realizaram buscas na sede do grupo.
O Parlamento sul-coreano votou no início de dezembro pela destituição como presidente de Park, suspeita de conluio com Choi. O Tribunal Constitucional do país ainda precisa confirmar ou não esta espetacular destituição.
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