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A megacidade que está afundando e pode ficar submersa em três décadas

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Construída sobre um terreno pantanoso, Jacarta é banhada pelo Mar de Java e cortada por 13 rios. Não é de se espantar, portanto, que inundações sejam frequentes na cidade e, segundo especialistas, que estejam piorando. Mas não se trata apenas do grande volume de enchentes, a megacidade está literalmente ficando submersa.

“A possibilidade de Jacarta ficar submersa não é brincadeira”, diz o pesquisador Heri Andreas, do instituto de tecnologia Bandung, que estuda há 20 anos o afundamento do solo de Jacarta. E isso já está acontecendo. O norte de Jacarta afundou 2,5 metros em 10 anos e continua “descendo” até 25 centímetros por ano, o que é mais do que o dobro da média global para megacidades costeiras. Em média, Jacarta está afundando de 1 a 15 centímetros por ano, e quase metade da capital indonésia está agora abaixo do nível do mar.

O impacto já é visível no norte do município. No distrito de Muara Baru, um edifício corporativo está completamente abandonado. O prédio abrigava uma empresa de pesca, mas a varanda do primeiro andar é a única parte funcional que resta. O primeiro andar da construção está alagado em decorrência das enchentes. Como o terreno ao redor está mais alto, a água não tem para onde escoar. Prédios inundados raramente são abandonados assim, porque, na maioria das vezes, os proprietários tentam consertar, reformar e encontrar soluções no curto prazo para o problema. Mas, neste caso, eles não conseguem impedir o solo de sugar essa parte da cidade para baixo.

Um mercado de peixe, a apenas cinco minutos de carro do local, também sofre com as consequências das enchentes:

Cidades costeiras em todo o mundo estão sendo afetadas pelo aumento do nível do mar em decorrência das mudanças climáticas. O fenômeno acontece devido à expansão térmica da água – ela esquenta e aumenta de volume – e ao derretimento do gelo polar. Mas a velocidade com que Jacarta está afundando é alarmante. Pode ser surpreendente, mas há poucas reclamações entre os moradores da cidade. Para eles, a inundação é apenas um entre os diversos desafios de infraestrutura enfrentados diariamente.

A velocidade dramática com que Jacarta está afundando se deve, em parte, à extração excessiva de água subterrânea para ser consumida como água potável, para banho e para ser usada em outras tarefas cotidianas. A água encanada não é confiável, tampouco está disponível na maioria das regiões. Assim, as pessoas não têm escolha a não ser recorrer ao bombeamento de água dos aquíferos subterrâneos. Mas quando a água subterrânea é bombeada, o terreno acima dela cede, como se estivesse sobre um balão vazio, levando ao afundamento do solo.

A situação é acentuada pela regulamentação falha, que permite que praticamente qualquer pessoa – de proprietários locais a operadores de shopping centers -, realize sua própria extração de água subterrânea. As autoridades esperam que a Grande Garuda, um muro de contenção de 32 km que está sendo construído ao longo da Baía de Jacarta, juntamente com 17 ilhas artificiais, ajude a salvar a cidade.


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