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Brasileiros ajudam Moçambique a se reconstruir após ciclone

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Casas e escolas destelhadas, o Hospital Central da Beira lotado de feridos, pessoas desaparecidas e fome, esse cenário chocou Júlio César Alves Machado e Juliana Freitas, dois dos vários brasileiros que se envolveram com a reconstrução do país africano.

“Era um cenário de filme. O aeroporto é pequeno e recebe poucos voos por dia. Mas ali tinham várias organizações do mundo acampadas”, relembra Júlio César. Ele, coordenador da organização Missão África, e Juliana, pediatra voluntária, desceram no Aeroporto Internacional da Beira assim que foi reaberto em março, depois da passagem do ciclone. Desde 2012, a ONG organiza viagens de voluntários para o país africano, mas os brasileiros não esperavam encontrar o local tão destruído. Após o Idai, o Missão África tem enviado grupos de cerca de 20 pessoas trimestralmente para Moçambique. As equipes contam com médicos, pediatras, dentistas, professores e voluntários, focados em ajudar as crianças de Beira e de Dondo, uma província próxima.

Os voluntários compraram 30 toneladas de comida em Maputo, capital do país, que não foi atingido pelo ciclone, e levaram para Beira. Em maio, uma equipe completa viajou para o país para ajudar. Participando do projeto desde o início, a pediatra Juliana disse que a situação do país era “emocionalmente difícil”. Ela destaca que a presença do voluntariado internacional foi essencial para que a situação não fosse ainda pior. “Mesmo com ajuda humanitária é difícil. O governo de Moçambique tem muitos problemas, eles também são um país corrupto. Existe uma dificuldade de gestão e os recursos são muito limitados”, explica. A última viagem do Missão África foi em agosto, quase cinco meses depois do Idai. O grupo de voluntários encontrou o local se reerguendo lentamente, uma vez que os investimentos são caros e alguns estabelecimentos comerciais não têm a chance de reabrir.

Escolas ainda precisam de reformas, o Hospital Central ainda não tem centro cirúrgico e precisa de recursos, famílias perderam familiares para o Ciclone e para a cólera e a fome ainda não foi eliminada. “[Depois do furacão] vem o desespero, a necessidade, a fome e a miséria. As pessoas são capazes de brigar por comida”, conta Júlio. Dias depois da passagem do Ciclone Idai, centenas de ONGS e diversos países se colocaram à disposição do governo moçambicano para ajudar na reconstrução do país, busca pelos desaparecidos, criação de abrigos seguros, auxílio médico e distribuição de alimentos. Mesmo com a ajuda internacional, o país ainda vai precisar de recursos e planejamento a longo prazo. Juliana ressalta que a principal necessidade agora é socorro alimentar. “Eu acho difícil a comunidade internacional se movimentar para isso”, diz. Fundado em Uberlândia, em Minas Gerais, em 2011, o Missão África ajuda crianças moçambicanas e suas famílias. Focando na educação e saúde dos jovens, o projeto conta com a ajuda de médicos, pediatras, dentistas e professores durante as viagens. O projeto fornece educação a crianças com menos de 6 anos, idade em que elas podem se matricular nas escolas, e ajuda também na nutrição dos pequenos. Para ajudar, os interessados podem apadrinhar alguma criança inscrita no projeto, que com uma doação mensal consegue ter acesso a escola durante todo o ano.


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