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Maior parte dos pais nos EUA não aceita volta às aulas 100% presencial

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Segundo pesquisa divulgada pelo Washington Post/Schar School, 44% dos pais americanos desejam que as escolas misturem aulas online e presenciais, enquanto 39% preferem que a educação seja completamente virtual. Somente 16% querem apenas aulas presencias.

O levantamento, conduzido pelo instituto Ipsos no fim de julho, aconteceu às vésperas do retorno às aulas nos EUA, no momento em que o país ainda não encontrou consenso sobre como equilibrar os riscos do vírus com os impactos acadêmico, social e econômico de manter as escolas fechadas.

Nos EUA, os estados têm autonomia para decidir sobre o processo de reabertura econômica, mas a retomada das atividades de forma precoce em diversos deles -principalmente os governados por republicanos, aliados de Trump- causou repique de casos de Covid-19 na maior parte do país.

Na Flórida, por exemplo, um dos estados mais atingidos pelo vírus -são mais de 502 mil casos e 7,6 mil mortes -, escolas chegaram a fazer pesquisas próprias para saber qual formato era o preferido dos pais para o retorno às aulas. Muitas delas refletiram o levantamento nacional do Ipsos e chancelaram o sistema híbrido como solução inicial, mas a piora da pandemia fez com que o estado retrocedesse seu processo de reabertura, e as instituições devem retomar com aulas 100% remotas.

Na Geórgia, por sua vez, região também bastante atingida pelo vírus, muitas escolas permitiram aulas presenciais e fotos com corredores lotados de alunos sem máscara viralizaram no início da semana.

Vários casos positivos de Covid-19 já foram registrados entre estudantes do estado, assim como no Mississipi, onde as aulas recomeçaram em 27 de julho, também in loco.

No geral, 56% dos pais afirmam que não seria seguro enviar seus filhos para a escola em aulas presenciais, enquanto 44% acham que seria seguro. A pesquisa foi feita com 1.185 pessoas, e a margem de erro é de três pontos percentuais.

Os dados escancaram ainda as profundas divisões políticas, econômicas e raciais nos EUA.

Os pais que são republicanos, brancos e com filhos em escolas particulares têm mais probabilidade de defender as aulas totalmente presenciais como um formato seguro. Já os democratas, independentes, e pessoas negras e hispânicas, com crianças em escolas públicas, tendem, em sua maioria, a dizer que não é seguro voltar a estudar presencialmente.

Apesar de especialistas terem preocupação com a qualidade da educação online, 6 em cada 10 pais dizem que as aulas remotas correram bem até agora, mas 68% temem que a educação de seus filhos fique defasada caso a volta do ano letivo permaneça somente nesse formato.

Além disso, 62% acreditam que as relações sociais das crianças serão afetadas e 57% têm medo de que seus filhos fiquem depressivos caso eles só tenham aulas online nos próximos meses.

Outro problema é que muitas crianças não têm computadores ou conexões confiáveis com a internet e muitos professores têm pouca experiência no manejo de material complexo de forma online. É também nas escolas, muitas vezes, que os estudantes recebem refeições, aconselhamento psicológico e interagem socialmente.

Caso as aulas sejam somente presenciais, 80% afirmam temer que as famílias e os professores fiquem doentes e 79% citam o medo de aumentar a transmissão na comunidade.


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