Aprender um novo idioma enquanto se conhece outro país e cultura está entre as vantagens de realizar um intercâmbio. E cada vez mais gente opta por alçar tal voo: 455.480 estudantes brasileiros fizeram intercâmbio em 2022, um aumento de 18% no volume de envio de estudantes do Brasil para o exterior em comparação a 2019, ano pré-pandêmico.
Os dados atualizados são da Belta, Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio, que diz ainda que a qualidade de vida do país continua sendo o principal motivo para a escolha do destino. Aparecem em seguida a qualidade do ensino e a localização do país.
Por falar em destinos, a Pesquisa Selo Belta 2023, realizada com agentes de intercâmbio e estudantes em cerca de 317 agências associadas e não associadas entre dezembro de 2022 e abril de 2023, aponta que o Canadá continua como o destino preferido dos brasileiros na hora do intercâmbio, posto que ocupa há 22 anos.
Segundo a Belta, os destinos de intercâmbio mais procurados por estudantes brasileiros são: Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Austrália, Malta, Espanha, África do Sul, Nova Zelândia, França.
A diferença do pré e do pós-pandemia em relação ao intercâmbio não fica somente nos números: o mercado também enxerga uma mudança de objetivos dos estudantes com tais viagens.
“Após o período de pandemia, as pessoas retomaram seus projetos e voltaram a investir na educação internacional para construir um currículo global e ampliar as oportunidades de atuação profissional. Antes, o foco estava na possibilidade de conciliar uma viagem internacional com o aprendizado do idioma, porém, com menor viés para a carreira”, diz Christina Bicalho, vice-presidente do STB – Student Travel Bureau, líder no segmento de educação internacional no Brasil.r4.
O investimento para um curso no exterior, porém, aumentou: é necessário desembolsar agora uma média de US$ 8.307, ante US$ 5.928 em 2019, segundo a Pesquisa Selo Belta 2023.
Mesmo assim, as pessoas estão dispostas a investir em conhecimento e cursos profissionalizantes, como defende Christina.
“Apesar da incerteza financeira sentida por muitos durante a época da pandemia, as pessoas estão mais dispostas a investir em conhecimento e cursos profissionalizantes no exterior que ajudem a destacar o currículo, que incentivem o networking global e que possam agregar na carreira”, afirma a vice-presidente do STB.
A pesquisa da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio ainda aponta que, no geral, o tipo de intercâmbio mais procurado é o curso de idiomas. Mas vale ressaltar que esta não é a única modalidade dentro do leque de opções de um intercâmbio.
“Existe a possibilidade de viajar aprendendo um novo idioma, fazer graduação, pós-graduação ou cursos profissionais. Existem também opções para crianças e adolescentes, como os programas de férias onde podem praticar um novo idioma ao mesmo tempo que exploram lugares pelo mundo. Também podem fazer o ensino médio no exterior, tendo contato muitas vezes com matérias e atividades extracurriculares diferentes das que fariam no ensino médio do Brasil”, lembra Christina Bicalho.
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