O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, anunciou na última sexta-feira, 22, que o seu país deve reforçar o controle de imigração na fronteira com os Estados Unidos. Os 3.141 quilômetros que dividem os dois países é a fronteira mais movimentada do planeta— e considerada uma dor de cabeça para o governo de Joe Biden.
“O acordo é que sigamos trabalhando juntos. Temos uma proposta para reforçar nossos planos que vínhamos fazendo”, disse AMLO (como o presidente é conhecido), em sua coletiva de imprensa diária. Questionado se isso significaria um aumento do policiamento na fronteira, ele disse que sim, mas que as ações tomadas pelo seu governo não serão de “contenção, mas de outras coisas”.
Em contrapartida, o seu governo deve exigir que Washington atue em um plano de desenvolvimento para a América latina e o Caribe — origem de grande parte dos imigrantes que tentam entrar ilegalmente nos EUA pela fronteira. Ele ainda propôs ir junto a Joe Biden verificar a situação na fronteira dos dois países.
Enquanto isso não ocorre, AMLO deve se encontrar com uma comitiva de Washington, liderada pelo secretário de Estado, Anthony Blinken, nas próximas semanas. Os movimentos dos dois países sobre o tema aumentaram nas ultimas semanas, após um aumento significativo no número de imigrantes tentando entrar nos EUA.
“Houve nos últimos anos um crescimento além do normal, e então eles [EUA] tem capacidade para entregar vistos de trabalho de acordo com seus planos, uma taxa de mil autorizações por dia, mas isso se saturou e para eles se converteu em um problema”, disse AMLO.
Mais que uma querela política, a questão da imigração pela fronteira do México é um dos assuntos políticos mais espinhosos nos EUA, com impactos que vão além dos dois países. O apoio americano à Ucrânia na invasão russa corre risco de travar porque os republicanos no Congresso travaram o acordo, esperando…uma política mais austera de controle de imigração por Joe Biden. A questão também está no centro do discurso de Trump, que aposta em uma retórica cada vez mais incendiária sobre a repressão para retornar à Casa Branca em 2025.
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