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Alemanha, país rico com grande quantidade de sem-teto

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Os primeiros sem-teto começam a chegar à igreja Tabor em Berlim meia hora antes de ela abrir as portas. Às quartas-feiras, a igreja oferece um café onde eles podem comer, beber e usar o banheiro. Em breve, espera oferecer também refeições quentes.

Uma vez por semana, indivíduos sem lar também podem dormir dentro da igreja para escapar das noites de inverno extremamente frias da capital alemã. Geralmente cerca de 40 pessoas passam a noite no vestíbulo, embora às vezes cheguem a 60. Elas também se alimentam, e dois médicos voluntários estão à disposição para cuidar de ferimentos ou tratar de outras doenças.

Os que passam a noite não são os mesmos que vão ao café às quartas, afirma a pastora da igreja, Sabine Albrecht. “Alguns deles estão em um estado muito desolado”, conta.

Segundo ela, muitos dos que buscam um lugar para dormir vêm do Leste Europeu e estão desempregados ou em empregos precários. Vários têm problemas de dependência, experiências de violência e sofrem de doenças mentais.

Tem um homem que “está dormindo aqui há 20 anos”, diz Albrecht. Dois dos “hóspedes” da igreja, como ela os chama, já morreram.

“A falta de moradia é um problema social sério”, afirma Werena Rosenke, diretora administrativa da Associação Alemã de Assistência aos Desabrigados (BAG W). Para ela, a escassez de habitações a preços acessíveis é a principal razão para a crise de moradia na Alemanha.

A BAG W é uma organização nacional que reúne serviços e instalações de assistência habitacional de emergência na Alemanha. Segundo seus dados mais recentes, o país somava 607 mil pessoas sem teto em 2022. Dessas, cerca de 50 mil moravam na rua.

O Departamento Federal de Estatística alemão contabiliza apenas os moradores de rua registrados em instituições – e calcula que a Alemanha tenha 372.060 desses habitantes.

A grande diferença entre as duas estatísticas tem a ver com a forma como os números são compilados. Os números do BAG W são coletados durante todo o ano civil, e não em determinados dias, e também incluem dados sobre a chamada falta de moradia oculta, como pessoas que estão morando com amigos ou familiares depois de perderem suas casas.

Rosenke enumera várias medidas relativamente baratas para combater a falta de moradia. Por exemplo, facilitar a compra de estoque de moradias de proprietários privados e do setor imobiliário. Ou a reforma de acomodações de emergência e sua conversão em moradias sociais.

Quando assumiu o poder em 2021, o atual governo alemão estabeleceu a meta de construir 400 mil novas casas por ano, das quais 100 mil deveriam ser destinadas à assistência social ou à chamada habitação social.

“Habitação social” significa que um proprietário recebe subsídios do Estado em troca do aluguel de apartamentos a preços fixos bem abaixo da taxa normal de mercado para inquilinos com certificados de elegibilidade para habitação social.

O governo da Alemanha declarou sua intenção de acabar com a falta de moradia no país até 2030 com a ajuda de um plano de ação a ser adotado pelo gabinete no início de 2024. Contudo, pode levar anos até que ele seja implementado pelos 16 estados, em todas as cidades e municípios alemães.


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