DestaquesMundoNotícias

Ativista negra brasileira atacada na Alemanha fala sobre agressões e racismo no país europeu

0

A ativista negra e designer carioca Gabi Monteiro, que há cinco anos mora em Berlim, na Alemanha, fez um forte relato sobre os ataques racistas que sofreu em uma estação de metrô da capital alemã.

No sábado (30), a carioca comentou em suas redes sociais sobre os ataques que sofreu em março de 2023. Na ocasião, ela e o namorado, Dominik Haushahn, viram um grupo de oito pessoas fazendo piadas sobre seu cabelo, provocando e humilhando a brasileira por conta da cor de sua pele.

Além dos atos racistas, seu companheiro acabou agredido fisicamente, após tentar impedir as humilhações. Para Gabi, as cicatrizes psicológicas provocadas pelos ataques ainda causam dor.

“Essa covardia que nos aconteceu foi um crime de ódio, com temática racista e sexista e precisa ser nomeada como tal. Foi o pior momento da minha vida”, escreveu Gabi.

Segundo o jornal alemão Berliner Zeitung, três dos oito suspeitos de atacarem o casal se entregaram à polícia no dia 27 de fevereiro.

De acordo com a imprensa alemã e os relatos de Gabi Monteiro, os ataques aconteceram no dia 26 de março de 2023, na estação de metrô Alexanderplatz.

Por volta das 18h, o casal seguia em direção a região de Hermannstrasse, quando perceberam a presença no vagão de um grupo de oito jovens. Gabi contou que um dos integrantes do grupo começou a fazer piadas sobre ela em voz alta. Eles começaram a rir, quando um deles se aproximou e fez comentário agressivos sobre o cabelo da brasileira.

“Um grupo de 8 pessoas entrou e começou a rir alto, zombando de mim, fazendo comentários agressivos sobre minha aparência e meu cabelo. Quando um homem apontou a câmera do celular na minha cara e disse: ‘Vou tirar uma foto dela'”, relembrou.

Já irritada, Gabi recusou a foto e enfrentou o homem que insistia em zombar dela de forma racista.

“Todo o grupo começou a nos assediar e a ameaçar. O homem tentou mais duas vezes tirar uma selfie comigo. Após sua terceira tentativa, tentei tirar o telefone de sua mão. O grupo dizia coisas agressivas como: ‘Em Berlim as coisas não são assim'”, contou Gabi.

A coisa piorou quando o vagão do metrô chegou a estação Alexanderplatz. Nesse momento, a brasileira e o namorado tentaram deixar o trem. Contudo, três homens do grupo foram na direção deles para agredi-los com socos e chutes.

A ação covarde dos jovens contou ainda com a ajuda de mais duas mulheres que ficaram segurando as portas do metrô para que os homens que atacaram o namorado de Gabi pudessem voltar e fugir da estação. “Uma experiência horrível”, lembrou Gabi.

Os ataques não deixaram apenas marcas físicas em Gabi e em seu namorado. A brasileira relatou que o ódio daquele grupo fez com que ela tivesse medo de andar pelas ruas de Berlim.


Agenda Cultural: 3rd April, 2024

Previous article

Desde o dia 1 de abril entram em vigor mudanças das taxas da imigração nos EUA

Next article

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

More in Destaques