Duas novas esperanças podem mudar a ideia da estudante de veterinária Carolina Arruda, 27, de buscar a eutanásia na Suíça. Há 11 anos, ela convive com neuralgia do trigêmeo, um distúrbio que provoca uma dor incapacitante, considerada a pior do mundo.
Segundo a estudante contou em entrevista, uma das possibilidades vem do próprio neurologista, Wellerson Sabat, e de uma equipe da Argentina. Trata-se de nova uma técnica para tratar neuralgia do trigêmeo, provavelmente cirúrgica. A consulta com o médico brasileiro será no dia 18 de julho e custará R$ 400. A equipe argentina ainda não informou datas, procedimentos e valores.
“Eu vou tentar dependendo da margem de sucesso. Tudo vai depender do que eles me apresentarem, porque se for uma terapia que não tem muitas chances de sucesso, não tem muitos estudos, eu não vou me arriscar e me submeter a mais tipos de cirurgia. Então, eu tenho que avaliar bem a proposta, a condição. O médico ainda tem que me passar as informações”, diz a paciente.
A segunda esperança está na Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas (MG). Nesse caso, Carolina, que é mineira de Bambuí, já conhecia o trabalho dos médicos da instituição, mas nunca havia conseguido acesso devido ao valor alto.
“Se der certo e aliviar a dor, talvez eu reconsidere a eutanásia. Tudo é válido para minimizar a dor. Mesmo que eu tenha decidido optar pela eutanásia, ainda terei que passar por um processo burocrático e demorado”, afirma.
“Por uma despedida digna: ajude Carolina a alcançar paz” é o título da vaquinha online que busca arrecadar R$ 150 mil para pagar a eutanásia na instituição Dignitas, na Suíça, um dos países onde a prática é permitida por lei, ao contrário do Brasil. Criada no dia 1º de julho, a vaquinha já tinha mais R$ 115 mil – cerca de 77% – doados por 2.835 apoiadores até as 19h de domingo (07/07).
O caso viralizou nas redes sociais. Com isso, a estudante conseguiu contato com pessoas que importam canabidiol. “Eu já tenho uma empresa que me fornece o canabidiol, por parceria, em troca de divulgação nas minhas redes”, relata.
Além de canabidiol, a mineira faz uso de dez medicamentos por dia, entre antidepressivos, anticonvulsivos, opioides e relaxantes musculares. As crises já afetaram sua saúde mental. Carolina já tentou suicídio duas vezes.
Ela passou por quatro cirurgias, 70 médicos consultados e mais de 50 remédios testados. Faz parte do tratamento aplicação de botox a cada quatro meses no músculo temporal e masseter (um dos quatro músculos da mastigação). A terapia deixa a dor cerca de 5% menos intensa, de acordo com a paciente.
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