BrasilDestaquesNotícias

Quinze pessoas são condenadas pela justiça de MG por imigração ilegal. Uma delas é ex-vice-prefeito

0

Justiça condenou 15 pessoas por envolvimento com a imigração ilegal para os Estados Unidos, informou na terça-feira (30/7) o Ministério Público Federal (MPF). As penas variaram de 10 a 20 anos de prisão, conforme as funções exercidas na organização criminosa. Entre os réus estão Heli Moura de Paula, ex-vice-prefeito de Tarumirim, na Região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais, e o irmão dele, Vanildo Moura de Paula.

A investigação apontou que o grupo atuava em três organizações criminosas ao menos desde 2018, quando teriam começado a encaminhar ao exterior dezenas de pessoas em viagens semanais. Para conseguir entrar nos EUA, o sistema utilizado era o conhecido popularmente como “cai-cai” — ou seja, quando adultos acompanhados por menores entregam-se às autoridades daquele país alegando dificuldades para viver no Brasil e pedem asilo.

“Os valores cobrados pelos ‘serviços’ prestados pelos réus eram entre US$ 15 mil a US$ 22 mil e testemunhas relataram que eram pressionadas a pagar suas dívidas com os grupos, inclusive por meio de ameaças e coação a familiares que viviam no Brasil”, disse o MPF, lembrando que um homem, uma das vítimas do grupo, morreu ao tentar atravessar a fronteira do México com os EUA. Ele tinha 34 anos, trabalhava como produtor rural em Tarumirim e faleceu depois de se afogar em um rio da região.

Os esquemas foram descobertos entre maio e junho de 2019, quando a Polícia Federal realizou aproximadamente 40 entrevistas migratórias com passageiros que embarcavam no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, com destino, principalmente, a Cancún e à Cidade do México.

Essas pessoas estavam deixando as cidades de Governador Valadares, Tarumirim, Engenheiro Caldas, Sobrália, Alvarenga, Ipaba, Jampruca, Frei Inocêncio, Caratinga e Piedade de Caratinga. Também havia pessoas de outros estados, como Rondônia. As denúncias foram feitas pelo MPF à Justiça Federal em 2021.

Há casos em que pessoas foram vítimas de sequestro e coagidas a pagar valores exorbitantes para serem soltas. Vários outros foram deportados e tiveram que regressar ao Brasil, frisou o MPF.

“Os diálogos interceptados revelam claramente que os acusados se dedicavam intensamente ao contrabando de migrantes para os Estados Unidos. As organizações se encarregavam de providenciar ou auxiliar a obtenção de passaportes, reserva e aquisição de passagens aéreas, fornecimento de transporte no México, suporte para ultrapassar as fronteiras e advogados e pagamentos de fiança quando a situação exigisse”, informou o MPF.

Para isso, o MPF sustentou que a travessia utilizada pelas organizações criminosas “é repleta de perigos, rios, cercas, muros e clima hostil, bem como que as vítimas eram levadas até a fronteira por coiotes, muitas vezes armados e de alta periculosidade, circunstâncias que não foram devidamente analisadas na sentença”.  Agora, os recursos serão julgados pelo Tribunal Regional Federal da 6ª Região.


Lincoln Center apresenta Festival de Danca Gratuito

Previous article

Preso nos Estados Unidos, brasileiro é denunciado por estupro de vulnerável em Minas Gerais

Next article

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

More in Brasil