Se um irmão sofre um câncer, as possibilidades de pessoas da família desenvolverem outro do mesmo tipo ou não, são de 37%, segundo um estudo feito com 200.000 gêmeos submetidos a estudos durante mais de três décadas. A porcentagem de 37% corresponde aos gêmeos cuja semelhança genética é a mesma, mais do que entre outros irmãos. No caso dos gêmeos idênticos, o risco aumenta para 46%. Em geral, 32% das pessoas estudadas sofreu um câncer ao longo de sua vida, uma porcentagem considerada habitual.
O trabalho pertence ao Estudo do Câncer em Gêmeos e Gêmeos Nórdicos, uma gigantesca base de dados de irmãos nascidos na Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia. Os investigadores analisaram a hereditariedade do câncer: a proporção da variação de risco de câncer em uma população que se deve a fatores genéticos. Os autores detectaram uma hereditariedade significativa no melanoma (58%), câncer de próstata (57%), câncer de pele (43%), de ovário (39%), de rins (38%), de mama (31%) e de útero (27%).
O estudo publicado na revista médica JAMA, mostra que em 3.300 pares, ambos os irmãos desenvolveram um câncer ao logo de sua vida. Foi o mesmo tipo de câncer em 38% dos gêmeos idênticos e 26% em outros pares de gêmeos. Ente outros casos, os irmãos sofreram diferentes tipos de tumores. Os resultados sugerem, pela primeira vez, que em algumas famílias há um maior risco de padecer qualquer tipo de câncer. O trabalho foi realizado pela epidemiologista Lorelei Mucci, da Universidade de Harvard e seu colega Jacob Hjelmborg, da Universidade do Sul da Dinamarca. Cada ano morrem oito milhões de pessoas por câncer no mundo e se diagnosticam 12 milhões de novos casos.
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