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Sobreviventes de tufão nas Filipinas entram em desespero e reclamam de lentidão com ajuda humanitária

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Milhares de pessoas tentavam desesperadamente ontem (quarta-feira 13), para obter uma vaga em um dos raros aviões que decolam das áreas mais afetadas pelo tufão Haiyan nas Filipinas, enquanto os sobreviventes, privados de tudo, expressavam a revolta com a lentidão da ajuda.

As autoridades filipinas anunciaram a morte de oito pessoas no desabamento de parte de um depósito de arroz que era saqueado por uma multidão em Alangalang, na ilha de Leyte, a 17 km de Tacloban, uma das localidades mais afetadas pela catástrofe.

Policiais e soldados protegiam o local, que pertence a uma agência do governo, mas não conseguiram impedir a invasão da multidão desesperada. Mais de 100 mil sacas de arroz foram roubadas, cada uma com 50 quilos.

— Nossos funcionários estavam no local, mas não podiam fazer nada sem correr o risco de entrar em perigo — disse uma fonte do governo.

Seis dias depois da passagem de um dos tufões mais potentes da história do país, muitos desabrigados perderam a esperança e buscam a todo custo sair de uma situação apocalíptica.

Alguns deles, esgotados, traumatizados, famintos, invadiram ontem o aeroporto da cidade, destruído, para implorar por vagas nos aviões militares que transportam ajuda humanitária e equipamentos.

— Todo mundo tem medo. Dizem que não há alimentos, que não há água, que desejam ir embora — afirmou o capitão Emily Chang, médico militar.

Os voos, apenas militares, que chegam ou saem de Tacloban, são bastante limitados e as barcas estão sobrecarregadas.

— Podemos compreender o desespero das pessoas — disse uma fonte da Cruz Vermelha.

A ONU teme pelas consequências nas áreas mais afetadas, principalmente nas ilhas de Leyte e Samar, e pediu na terça-feira US$ 301 milhões para ajudar as vítimas.

— Acabamos de lançar um plano de ação que se concentra na comida, saúde, saneamento, refúgios, na retirada de escombros e na proteção dos mais vulneráveis. Este plano requer US$ 301 milhões — disse Valerie Amos, diretora das operações humanitárias da ONU em Manila.

— Tememos o pior — disse John Ging, diretor de operações do Escritório da Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.

As Nações Unidas afirmaram que o tufão pode ter provocado 10 mil mortes apenas na cidade de Tacloban, capital da província de Leyte, uma das mais devastadas. Mais de 10 milhões de pessoas, 10% da população do país, foram afetadas pelo tufão e pelo menos 660 mil filipinos perderam as casas.

As autoridades não conseguem enfrentar a magnitude do trabalho para dar abrigo e fornecer água, comida e medicamentos aos sobreviventes. Muitos tentam fugir da região. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) também fez um apelo para arrecadar US$ 24 milhões para ajudar em caráter de emergência a agricultura e a pesca, dois setores devastados pelo tufão.

Em um comunicado divulgado em Roma, sede da entidade, a FAO anunciou que “fará o possível para apoiar o governo das Filipinas no processo de reconstrução e para gerar resiliência”. A nota é assinada pelo diretor da organização, o brasileiro José Graziano da Silva.


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