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Francisco Sampa: Qual foi a Pátria que nos pariu?

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francisco_sampa514 anos já se passaram desde a chegada de Cabral às terras de Vera Cruz. Cruz credo, valei-me Nossa Senhora, desde a chegada dos lusitanos muita coisa mudou. Pero Vaz de Caminha escreveu dizendo que “em se plantando tudo dá”, mas umas dão mesmo sem plantar. Dão por necessidade ou por mera vontade, porém uma coisa é certa: quem não dá não recebe. Segundo os políticos é dando que se recebe e uma grande parte deles não dá nada e levam tudo de todos da Pátria que os pariu. Qual foi a Pátria que nos pariu? Foi Portugal às margens do Tejo ou foi a terra tropical onde políticos corruptos e um povo semialfabetizado se deixa levar por promessas vindas de mentes macabras e gananciosas de olho no erário nacional. Afinal onde estão estes filhos da pátria que foram paridos em todas as partes, mas na hora da divisão sempre ficam com a melhor parte. Falta educação, segurança e saúde. Meu Deus que tristeza que nos dá ao ver tanta fartura e boa parte do povo vivendo na agrura do amanhã. Deus proverá! Disse o poeta que Deus dará, mas se Deus não der como ficará? Como ficaremos?

Sentados à beira do caminho ou fazendo o mesmo ao caminhar na busca de instrução, segurança e saúde? Valei-me Deus pai! Se continuar deste jeito para onde irão os filhos da pátria? Paridos nos grotões, matas, cerrados e sertões os filhos da terra, que hoje sem terra, clamam por sua parte em latifúndios, de terra farta e terra medida em busca da terra que lhes foi prometida e o povo do norte, os irmãos do sul, do sudeste e do centro vivem como a peste zanzando pelos campos com uma certeza de que de toda desta terra só terão uma cova na terra que sonhou ver dividida. Pai que estás no céu tenha piedade dessa gente trabalhadora e decente. Iluminai a cabeça e o coração dos poderosos de plantão, que olhem para o povo com mais carinho, respeito e gratidão, pois estes filhos da pátria que nos pariu são nossos irmãos. Eles são a eira do moinho, a bateia do garimpo e gente pobre, humilde, de peito aberto e coração limpo. São filhos, pais e irmãos de uma terra que nos viu nascer e hoje vivemos errantes mundo afora na espera de um dia ver o romper de uma nova aurora, às margens do Rio Doce ou do Itajaí, quem sabe do Beberibe, entretanto uma coisa é certa pai um dia queremos voltar para viver nas montanhas e vales das Gerais, nos pampas e até descansar às sombras de coqueirais, da selva desvairada de pedras do sudeste. Voltar para o sertão de bodes, forró e cabras da peste. Viver na terra que nos viu nascer, sentir na face a brisa do mar, seja de Iracema, Amaralina, Boa Viagem ou Itapuã, pois aqui lutamos com a certeza de que o amanhã virá. Só o senhor sabe se será melhor, pior, mas por pior que seja meu pai queremos voltar para a Pátria que nos pariu.


Fato Policial by Roger Costa . 13/11/2014

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Mundo do Cinema, by Jr. Schutt Costa . 13/11/2014

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