Por Ellen Soares
Fotos: Riotur
A Beija-Flor foi a grande campeã do carnaval. Com um desfile suntuoso e tecnicamente perfeito a azul e branco de Nilópolis largou na frente, deixando pra trás sete adversárias apontadas como favoritas. Aos gritos de a campeã voltou, a torcida comemorou em êxtase a conquista, exorcizando definitivamente o sétimo lugar do ano passado que ficou engasgado na garganta.
O enredo “Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade” garantiu o 13º título a agremiação com 269,9 pontos, quatro décimos a frente do Salgueiro, a segunda colocada. Essa vitória reviveu ontológicos campeonatos passados marcados pela exaltação a África e a cultura negra.
Terceira escola a desfilar na noite de segunda (16) a Beija-Flor só perdeu um décimo na apuração. Tomou a dianteira no quesito mestre-sala e porta-bandeira, seguida de perto pelo Salgueiro, que perdeu pontos em alegoria e evolução. A escola que se orgulha de valorizar a prata da casa estampou o rosto de Laíla (diretor da comissão de carnaval) na exuberante alegoria de griô: sábio ancião africano incumbido de transmitir cultura e saberes do povo. Além do título, Neguinho da Beija-Flor e sua voz inconfundível celebrou 40 anos como intérprete da escola.
O casal de mestre-sala e porta-bandeira Claudinho e Selmynha Sorriso, também comemoraram as notas máximas dos jurados e 20 anos defendendo a bandeira da azul e branco de Nilópolis. A rainha Raíssa Oliveira, mais uma vez brilhou à frente da bateria de 270 ritmistas comandada pelos mestres Plínio e Rodney. E a atriz Cláudia Raia exibiu beleza e simpatia com a fantasia de “Deusa Soberana”.
Os 3.700 componentes distribuídos em sete carros alegóricos, 42 alas e um tripé levaram para o Sambódromo histórias, símbolos e muito da cultura de Guiné Equatorial: a colonização europeia, escravidão, suas riquezas (diamante, cacau e a base da economia petróleo) mostrando muito deste “desconhecido” país africano que há 35 anos vive uma ditadura comanda por Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. O final do desfile destacou os laços culturais entre Brasil e Guiné Equatorial além da influência Africana na cultura brasileira.
Vale a pena ver de novo
Das 12 escolas que desfilaram no Grupo Especial, as seis primeiras voltam a Marquês de Sapucaí, neste sábado, para o Desfile das Campeãs, a partir das 21h30. A Imperatriz Leopoldinense, sexta colocada abrirá o evento, depois será a vez da Portela (5ª), Unidos da Tijuca (4ª), Grande Rio (3ª) e Salgueiro (2ª), fechando o evento a campeã Beija-Flor.
A Escola de Samba Estácio de Sá foi a campeã do Grupo de Acesso e subiu para o Especial. Já a Viradouro (Niterói) que ficou em último lugar na apuração foi rebaixada para a Série A, o grupo de acesso.
Comments