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Francisco Sampa: Somos todos corruptos? Quem cala consente

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francisco_sampaQuando sabe Deus lá fizerem um julgamento em que no banco dos réus sentarem-se o povo e os políticos brasileiros, será difícil apontar culpados e inocentes, uns por inoperância, outros por incompetência, dois fatores essenciais na receita da corrupção que temos presenciado nos últimos 57 anos.

Refiro-me a este período, pois equivale aos meus anos de vida material. Mas também houve a corrupção do pré-império, da pós-Velha República, Nova República, do Golpe Militar de 64, da abertura política na década de 80, a corrupção de todos os governos que o Brasil já teve.

Corrupção do presidente e dos políticos malditos, que brincam de monopólio com a coisa pública, negociando cargos, verbas e outras bravatas. E o povo lê (os que sabem), as notícias e deixa estar. Afinal, somos filhos de um país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza. “Temos carnaval, Natal (já passaram), é São João, micareta e mutretas, Copa do Mundo, roubaram muito,  só no Mato Grosso, vimos no Fantástico, passou de  R$ 600 milhões de reais e na cozinha e na mesa falta o pão e todos a gritar sem razão.

Enquanto no Planalto Central com verba e dinheiro de todos, a lambança é geral. Apesar de “nunca na história deste país” se vê tanta gente ser presa, nem em filmes feitos na terra do Tio Sam, tudo é jogo de cena, ninguém fica na cadeia, afinal cadeia no Brasil foi feita para negro, pobre, branco pobre e as mulheres da vida, por que as de luxo também não ficam, são até capa de revistas e dão entrevistas na TV, nem no mundo do faz de conta as coisas são tão surrealistas, como na pátria amada mãe gentil.

Está na hora de fazermos Mea Culpa Brasil is, todos nós temos nossa parcela de culpa. É o povo que vota a troco de uma camiseta, lata de óleo ou um emprego em qualquer cargo público, o motorista que oferece dinheiro para o policial e o mesmo policial que aceita ou pede na cara dura, o estudante que cola do colega ou agora com a net através do celular para passar no vestibular, o comerciante que sonega o imposto e rouba no peso,  uns que colocam água no leite, o álcool ou solvente colocados na gasolina, o empregado que trabalha menos e marca horas a mais, o patrão que obriga o proletariado a trabalhar dobrado pagando horas a menos.

Todos nós temos parcela de culpa no cartório, votantes e votados, afinal o país pertence ao povo, é dever de todos zelar pelo bem comum das coisas da pátria, assim como os bens da família, pois aos olhos do mundo somo uma grande família chamada brasileiros, quem é conivente também é culpado, corrupto e corruptor.

Não morro de amores pela atual e ex-presidente, mas de fato e de direito a culpa não é só deles. Cada um de nós, dentro ou fora do Brasil, tem seu quinhão no imenso latifúndio da governabilidade e das coisas que acontecem dentro do Brasil.
Não importa se é o simples fato de depredarem uma escola, uma sala de aula, um orelhão na esquina, ou se é um rombo de milhões, uma negociata. O povo tem seu dever de cobrar, se destroem e roubam é porque têm a certeza latente da impunidade. É a máxima do gato que “dá o bote e esconde a unha”, no caso dos políticos, o bote é grande e a unhas pequenas são fáceis de esconder.

No em dia que todos se conscientizarem de que o país é de todos, quem sabe cada um terá o seu quinhão com dignidade, justiça e trabalho. Haverá a certeza de que os culpados serão punidos, os inocentes continuarão livres, as crianças e os velhos serão respeitados, mulheres, negros e outras minorias terão seus direitos respeitados e preservados. O político ladrão irá para cadeia e perderá o botim acumulado, laranjas servirão apenas para extrair suco e vitamina C. Neste dia, queira Deus eu não esteja sendo utópico, teremos um país menos injusto, com um povo menos sofredor, vítima das suas próprias mazelas.

Até que esta era chegue sobre o povo e a terra Brasilis, que todos levem a vida regida pelos dois “Dês”: direitos e deveres, para cada dever cumprido, que respeitem nossos direitos de ter escola, saúde e justiça, pois isso não há nação que resista ao ataque dos gafanhotos da ganância e da corrupção. Até lá  vamos vendo  os macacos tomando conta das bananas e as raposas  vigiando o galinheiro, coisas de  uma terra batizada de República Federativa do Brasil, habitada por um povo folgado, frouxo e feliz, já que são roubados e seguem calados como  bois a caminho do abatedouro. Dólar a quase  três reais, mensalão, petrolão e o povo caladão.


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Fato Policial by Roger Costa . 26/02/2015

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