Mulheres imigrantes ilegais são obrigadas a usar tornozeleiras eletrônicas

Um centro de detenção do sul do Texas tem bloqueado o acesso de várias mães imigrantes detidas a assessoria legal e as tem obrigado a usar tornozeleiras eletrônicas como condição para liberá-las, mesmo quando deixaram claro que pagar suas fianças seria suficiente, disseram os advogados que as representam.

Dirigentes de um grupo de voluntários disseram estar consternados pela “falta de transparência, e pela desorganização, coação e confusão” nas liberações recentes, segundo uma carta enviada à Sarah Saldaña, diretora do Serviço de Imigração e Controle Aduaneira dos Estados Unidos (ICE).

O ICE revisará as acusações e “responderá diretamente” aos advogados, disse em um comunicado a porta voz do ICE, Gillian Christensen. Entre 70 e 100 mulheres chamadas a comparecer na semana passada no centro de detenções de Dilley, os funcionários do ICE disseram que poderiam sair em liberdade sem pagar fiança se aceitassem levar os dispositivos eletrônicos.

Parece que o ICE quer que a maioria das mulheres tenham o dispositivo, pois permite saberem onde elas estão morando e isso mostra que a agência engana as pessoas a respeito de seus direitos. Laura Lichter, advogada de imigração em Denver que oferece seus serviços como voluntária em Dilley, disse que em seus 20 anos de experiência nunca havia visto o ICE por dispositivos eletrônicos ou impor outras condições, uma vez que um juiz de imigração fixa uma fiança.

Em carta, firmada pela Associação de Advogados de Imigração dos Estados Unidos e outros grupos defensores dos direitos dos imigrantes, se afirma que as mulheres não recebem informação adequada dos agentes do ICE sobre suas obrigações no sistema de imigração e que a agência não responde às solicitações dos grupos e não deixa que os advogados orientem as imigrantes antes de serem colocadas em liberdade.