ComunidadeNotícias

Dinheiro para time de Kaká vale ‘green card’ para brasileiros

0

kaka orlando city

Torcedor da Portuguesa de Desportos, o empresário Carlos Fonseca dá risadas sobre a ironia de ter feito um investimento, cujo principal garoto-propaganda é Kaká, ídolo do rival São Paulo. Mas a paixão esportiva ficou em segundo plano, diante do projeto de se mudar com a família para os Estados Unidos.

Na última quinta-feira, Fonseca, de 36 anos, acertou os detalhes da compra de uma das 99 cotas de US$ 500 mil (R$ 1,75 milhão) com as quais o Orlando City, única representante do Estado da Flórida na Liga Americana de Futebol (MLS), e que conta com os serviços do último jogador brasileiro a receber o prêmio de melhor jogador do mundo, em 2007, vai ajudar a financiar a construção de um novo estádio.

Além de mimos como assentos permanentes e ingressos a granel, Fonseca, a mulher e os dois filhos do casal receberão o cobiçado green card. Sonho de consumo de quem tem planos de migrar para os Estados Unidos, o visto de residência permanente historicamente é um documento difícil de ser obtido. Mesmo o ex-Beatle John Lennon “penou” para conseguir o seu nos anos 70, quando trocou Londres por Nova York e esteve sob ameaça de deportação.

Nos últimos anos, porém, a rota ficou mais fácil para quem tem contas bancárias mais vastas, graças a um programa especial de concessão de vistos do governo americano, o EB5 – conhecido como o “visto de investidor”.

Em troca de investimentos de pelo menos US$ 500 mil em projetos que gerem pelo menos 10 empregos, as autoridades americanas concedem o green card.

O sistema existe há mais de 10 anos, mas parece ter sido descoberto apenas recentemente por interessados brasileiros. Algo reforçado pelas estatísticas do Departamento de Imigração dos EUA: dos 14 mil vistos EB5 já emitidos para países da América do Sul, por exemplo, apenas 440 foram para brasileiros.

Mas de acordo com Gonzalo Jordan, o advogado especializado em imigração que criou o programa de venda de cotas para a construção do estádio, a turbulência econômica e política no Brasil fez o interesse disparar.

O advogado conta que, nos últimos anos, o interesse de potenciais clientes brasileiros pelo EB5 multiplicou-se, mas que houve um salto no número de consultas desde a reeleição da presidente Dilma Rouseff. “Na semana da eleição, recebi pelo menos 150 ligações do Brasil”.


Doação de tecidos de fetos abortados causa polêmica nos EUA

Previous article

Brasileiros usam cruzeiros para tentar migrar para os EUA

Next article

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

More in Comunidade