Um novo estudo mostrou que amostras do vírus Zika foram encontradas em quantidades significativas nas lágrimas de ratos infectados, levantando a possibilidade de a doença ser espalhada através de lágrimas humanas.
Embora o vírus apresente risco neurológico pequeno em adultos, ele pode causar uma inflamação nos olhos do infectadas conhecida como Uveite, que pode levar à cegueira quando não tratada.
Em um artigo publicado pela revista Cell Reports, a equipe afirma que as lágrimas dos ratos continham material genético (RNA) produzido pelo vírus quase um mês depois que os indivíduos foram infectados. Ainda não se sabe como o vírus passa para a retina.
O vírus da Zika está presente nos fluidos corporais (urina, sangue). Curiosamente, ele persiste por muito mais tempo no sêmen de machos infectados – até 93 dias após o início da doença – o que significa que, mesmo após os sintomas terem cessado, alguns homens ainda podem ser vetores do vírus. Isso também faz com que a Zika seja uma doença sexualmente transmissível.
As amostras de vírus vivo não foram encontradas nas lágrimas humanas após os 28 dias de infecção. No entanto, nos ratos, o vírus não é transmissível desta forma. Os cientistas ainda não sabem se ele persiste em lágrimas humanas pelo mesmo tempo, ou se permanece no olho por mais tempo – tal como acontece no sêmen.
Um estudo recente sugeriu que mais de 1,65 milhões de mulheres férteis dentro da América Central e do Sul estão atualmente em risco de serem infectadas pelo vírus. Na verdade, quando se trata de infecções durante a gravidez, um em cada três bebês exibe algum grau de doença ocular, incluindo a inflamação do nervo ótico, danos na retina, e possível cegueira pós-parto.
Para os demais, o maior dano que o vírus pode oferecer é para os olhos. A infecção faz com que haja uma inflamação no olho, que na melhor das hipóteses causa problemas de visão, mas pode vir a tornar uma pessoa cega.
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