A maconha passou a faltar em lojas do Canadá desde o primeiro dia de legalização, há um mês.
A falta de maconha não é uma surpresa total.
Um relatório publicado no início de outubro pelo Instituto CD Howe, um think tank de Toronto, estimava que o estoque legal da droga daria conta de cerca de 30% a 60% da demanda total nos primeiros meses de legalização.
Mas especialistas do setor dizem que a escassez é pior do que se esperava.
A agência Health Canada, que autoriza as licenças para os produtores da planta cannabis, diz que trabalhou intensamente nos primeiros meses antes da legalização para aumentar o número de fornecedores legais. A agência pede paciência.
“É importante lembrar que a legalização no dia 17 de outubro veio após quase um século de criminalização, e foi o lançamento e regulação de um novo setor inteiro no nosso país”, disse a agência, em nota.
“E como qualquer nova indústria onde há demanda considerável, esperamos que haja épocas em que os estoques de alguns produtos fiquem baixos e, em alguns casos, acabem.”
Sobre preocupação de que a escassez empurre consumidores de volta para o mercado negro, o governo federal diz que acabar com os fornecedores ilegais vai levar um tempo – assim como foi nos Estados americanos que legalizaram o produto.
Também há relatos de falta de maconha medicinal, que é legal no Canadá desde 2001.
A Health Canada diz que trabalha com grupos de pacientes e com a indústria da maconha para entender quais produtos ou variedades estão faltando mais.
E acrescentou que espera que “vendedores autorizados tomem medidas razoáveis para garantir que pacientes registrados continuem a ter acesso aos produtos que precisam para fins médicos”.
O Instituto Angus Reid, fundação para pesquisas sem fins lucrativos, publicou uma pesquisa indicando que um em cada oito canadenses usaram maconha desde a legalização.
A Health Canada diz que produtores distribuíram mais de 14,6 mil kg de cannabis seca e 370 litros de óleo da planta até o momento e informaram um estoque de mais de 90 mil kg de produto seco e 41 mil litros de óleo.
A demora para conseguir os selos de imposto e outras questões causadas por mudanças de última hora nas exigências de rotulação também contribuíram para reduzir a velocidade de distribuição, além da demanda maior do que o esperado, diz o empresário.
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