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Imigrantes da caravana entre piolhos, lodo e enfermidades

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Trabalhadores e organizações humanitárias expressaram sua preocupação com a insalubridade em um complexo desportivo da cidade de Tijuana, onde estão mais de 6.000 imigrantes centro-americanos, e que só tem capacidade para a metade, local onde proliferam infestações por piolhos e as infecções respiratórias.

Além disso, com a chuva tudo se transformou em lodo e piorou as condições já complicadas. Em um lado do complexo se formou um grande lamaçal onde as pessoas tomavam duchas no exterior próximo à uma fileira de banheiros portáteis fedorentos. Uma grande tenda colocada no meio do campo e várias menores com capacidade para algumas centenas de pessoas estão longe de serem adequadas para o crescente número de migrantes que chegam diariamente.

Ao cair da noite, cerca de 200 migrantes começaram a ser transferidos para um local conhecido como El Barretal, localizado mais distante da fronteira. Segundo as autoridades municipais, o Instituto Nacional de Migração, em colaboração com a Polícia Federal e a polícia local, estava encarregado de levá-las ao novo abrigo.

No campo principal, a grande maioria dos centro-americanos estava em cercados improvisados ​​feitos de mantas amarradas, lonas plásticas ou tendas tênues. Outras 200 pessoas dormiam nas calçadas porque não encontravam espaço no complexo ou decidiram que era mais confortável ficar do lado de fora.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) disse estar “profundamente preocupado” com o bem-estar de mais de mil crianças migrantes que estão em Tijuana ou que continuam viajando para o norte pelo México. Segundo as autoridades locais, dos mais de 6.150 migrantes que estavam no abrigo na quarta-feira, 1.068 eram crianças.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do México também pediu ao governo que atue, observando que o complexo esportivo tem capacidade para 3.500 migrantes e atualmente abriga quase o dobro. Um grupo de migrantes voluntários se reuniu com funcionários municipais na quarta-feira para coletar lixo. Com luvas de látex, Darwin Doanin Bardales disse que se ofereceu para ajudar porque condições insalubres eram um risco para a saúde.

Antes do início da chuva, o governo de Tijuana distribuiu chapas de plástico para ajudar os migrantes a prepararem seus abrigos improvisados ​​de cobertores e lonas penduradas intrincadamente. Enquanto a chuva castigava a área na quinta-feira, Alex Mendes cuidadosamente pegou sua pequena barraca ensopada e a moveu para o lado. Ele espalhou uma grande folha de plástico preto por baixo e depois embrulhou a tenda completamente na esperança de que ela fosse salvá-lo de outra noite molhada e sem dormir. A maioria prefere enfrentar essas condições do que se separarem do grupo maior, com receio de que o governo os engane.


Agenda Cultural 06/12/18, by Roger Costa

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