Empresas do ramo de hotelaria pertencentes ao presidente Donald Trump, mantêm imigrantes ilegais entre seus trabalhadores, conforme relatos publicados na semana passada pelo jornal The New York Times.
Uma funcionária e uma ex-funcionária do resort Trump National Golf Club, na cidade de Bedmister, New Jersey, revelaram ao jornal que foram contratadas mesmo sem ter a documentação necessária para isto. Segundo elas, era bastante comum que o hotel contratasse imigrantes ilegais para funções de manutenção.
Trump construiu sua campanha presidencial de 2016 em torno de uma postura linha dura contra a imigração ilegal. Segundo o jornal, não há provas de que o presidente soubesse dessas contratações, porém as imigrantes entrevistadas garantem que seus supervisores trabalhavam ativamente para despistar a fiscalização.
Victorina Morales, 45, contou ao Times que saiu da Guatemala em 1999 e foi contratada para trabalhar no hotel com documentos falsos. Durante a entrevista, a guatemalteca que trabalha no local há cinco anos afirmou que, quando Trump assumiu a presidência, a forma como os imigrantes ilegais que trabalham no hotel são tratados mudou.
“Eu estou cansada de ser humilhada e tratada como se eu fosse uma pessoa burra”, desabafou a camareira ao New York Times.
Sua ex-colega, Sandra Diaz, trabalhou no resort entre os anos de 2010 e 2013. Neste período, foi responsável várias vezes por atender Trump, lavando e passando suas roupas e também limpando a casa de dois andares que o presidente mantém no local.
Ela lembra de um episódio tenso envolvendo Trump. Ele a teria chamado para dentro de um dos cômodos da casa e passado o dedo sobre várias peças da mobília, testando se Sandra tinha feito um bom trabalho.
Em seu tempo à frente da Casa Branca, Trump j[a se ficou hospedou no resort em Bedminster um total de 70 dias.
Neste mesmo período, ele pediu um muro ao longo da fronteira com o México, promoveu deportações em massa dos indocumentados e uma expansão do E-Verify, a ferramenta on-line do governo federal para verificar se os funcionários são legalmente qualificados para trabalhar.
De acordo com o jornal, Victorina disse que os gerentes do hotel de Trump a ajudaram com documentação para que ela não fosse identificada como imigrante ilegal.
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