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Caso Marielle e Anderson: PM reformado e ex-PM são presos suspeitos do crime

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Policiais da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro prenderam, por volta das 4h30 de terça-feira (12), o policial militar reformado Ronnie Lessa, de 48 anos, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, de 46 anos. A força-tarefa que levou à Operação Lume diz que eles participaram dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os crimes completam um ano nesta quinta-feira (14).

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL) disse que, apesar das duas prisões, o caso “não está resolvido”. Amigo de longa data, ex-chefe e correligionário de Marielle, ele questionou: “A mando de quem [ela foi assassinada]?”. De acordo com os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o crime foi meticulosamente planejado durante três meses. A investigação aponta que Ronnie fez pesquisas na internet sobre locais que a vereadora frequentava. Os investigadores sabem ainda que, desde outubro de 2017, o policial também pesquisava a vida de Freixo.

Ronnie teria feito pesquisas sobre o então interventor na segurança pública do Rio, general Braga Netto, além de buscas sobre a submetralhadora MP5, que pode ter sido usada no crime. A polícia afirma ainda que Ronnie usou uma espécie de “segunda pele” no dia do atentado. A malha que cobria os braços serviria, segundo as investigações, para dificultar um possível reconhecimento. No domingo (10), Fernanda, assessora da vítima, falou pela primeira vez sem esconder o rosto. “Ela era obviamente crítica à ação das milícias, não tinha as milícias como alvo. Institucionalmente, ela tinha uma limitação como vereadora. O mandato dela estava muito mais voltado para questões de gênero, de violência contra a mulher”, acrescentou Fernanda.

Em maio de 2018, quase dois meses após o crime, uma publicação do jornal “O Globo” mostrou indícios do que pode ter sido a articulação para matar Marielle. De acordo com a reportagem, uma testemunha deu à polícia informações que implicaram no crime o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o ex-PM e miliciano Orlando Curicica. A testemunha – que integrava uma milícia na Zona Oeste do Rio e foi aliada de Orlando – contou à polícia ter ouvido uma conversa entre Siciliano e o miliciano na qual os dois arquitetaram a morte da vereadora. A motivação para o crime, segundo a testemunha, seria a disputa por áreas de interesse na região de domínio de Orlando. Tanto Siciliano quanto Orlando negam ter planejado a morte da vereadora. No mês seguinte, o miliciano foi, a pedido da Segurança Pública do RJ, transferido para uma unidade prisional de segurança máxima.

Pontos da delação:

A Polícia Federal começa a apurar a possibilidade de haver fraudes na investigação do caso. Em 21 de fevereiro, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão para apurar tentativas de dificultar os trabalhos dos investigadores.


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