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Coagidos a não pedir licença médica, seis trabalhadores morrem em New York

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No início de abril, o Intercept e o projeto Type Investigations noticiaram que funcionários da TMG Mail Solutions, prestadora de serviços da Broadridge que imprime e envia documentos financeiros pelo correio, foram pressionados a trabalhar durante a pandemia de covid-19 enquanto outros empregados já tinham contraído a doença.

A Broadridge é uma prestadora de serviços financeiros global que faturou cerca de 4,4 bilhões de dólares no ano passado. A área de produção do centro de distribuição é ocupada por empregados das empresas Broadridge, TMG e Randstad. Quatro dos trabalhadores que morreram eram funcionários da Broadridge e dois pertenciam ao quadro da Randstad, segundo familiares dos profissionais.

A Randstad recusou-se a dar entrevistas, alegando que “informações pessoais de empregados são consideradas confidenciais”. A Broadridge fez menção a questões de privacidade para não informar o número de funcionários que contraíram covid-19 ou quantos morreram pelo vírus.

Um representante da TMG disse que menos de dez de seus empregados que trabalham no centro de distribuição da Broadridge testaram positivo para o coronavírus e que nenhum deles morreu.

Um dos funcionários da Randstad, Jose Bonilla Flores, trabalhou para a empresa por mais de uma década, segundo sua esposa, Ana Menjivar, funcionária da TMG. O casal de El Salvador se conheceu no centro de distribuição, há quatro anos, e tiveram um filho, Jonathan, de 3 anos.

Menjivar diz que ela e outros trabalhadores receberam um folheto alertando que “se não aparecer para trabalhar, você não será pago e, depois de dois dias, será considerado que você abandonou o emprego”. O texto também desencorajava os funcionários da TMG a usarem máscaras ou luvas, a não ser que estivessem doentes ou com algum comprometimento do sistema imunológico.

Flores, que faleceu aos 53 anos, manifestava tosse branda e perda do olfato e do paladar, mas seguiu trabalhando até 2 de abril, quando passou a ter febre. No dia seguinte, no hospital Brentwood Medical Center, foi diagnosticado com suspeita de covid-19 e mais tarde, testou positivo para a doença. Naquele momento, Menjivar também apresentava sintomas de coronavírus e foi instruída pelo mesmo médico a fazer quarentena.

Menjivar conta que ela e Flores não receberam máscaras nem luvas para usar no centro de distribuição e que ele parou de trabalhar no dia 2 de abril e ela interrompeu suas atividades em 3 de abril. “A única preocupação das empresas é com a produção”, diz Menjivar, tentando conter o choro, por telefone. “Eles não começaram a dar máscaras para as pessoas até que ele ficasse doente”.

Lucio Acosta, 64 anos, funcionário da Randstad, também morreu de covid-19 em abril. Sua filha, Mayra Acosta, conta que o pai trabalhou muitos anos para a empresa e que ele testou positivo para coronavírus no Southside Hospital, em Bay Shore, New York. Um amigo próximo e colega de Luis Flores confirmou que Acosta trabalhava para a Randstad. Além dos funcionários da Randstad, quatro empregados da Broadridge morreram de covid-19, segundo familiares dos trabalhadores. A Procuradoria-Geral do Estado de New York começou a investigar as condições


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