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Trump sugere usar injeções de alvejante e bronzeamento artificial podem curar coronavírus

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A médica imunologista Deborah Birx esforçou-se para não trair os próprios sentimentos, olhando para baixo e para longe do presidente, quando Donald Trump sugeriu, durante uma coletiva sobre o coronavírus na semana passada, que os médicos deveriam “verificar” se injetar alvejante e álcool isopropílico em pacientes, ou expô-los à luz ultravioleta, pode curá-los do covid-19.

A agonia de Brix, uma ex-coronel do Exército que atua como coordenadora da força-tarefa da Casa Branca e muitas vezes parece se esforçar para não corrigir Trump, foi filmada enquanto estava sentada ao lado do púlpito, ouvindo o presidente.

A sugestão descuidada do presidente veio em resposta a uma apresentação de Bill Bryan, consultor de ciência e tecnologia do secretário de Segurança Interna. Bryan havia acabado de descrever uma pesquisa realizada no laboratório de biossegurança do Exército em Fort Detrick, em Maryland, mostrando que o coronavírus pode ser neutralizado em superfícies não porosas por desinfetantes ou exposição prolongada à luz solar.

Dando a aparência que recuperava uma conversa que teve com Bryan logo antes da coletiva, Trump disse que ele havia perguntado ao consultor científico que, se essas técnicas funcionam tão bem para limpar o vírus de superfícies não porosas, como maçanetas e balanços infantis metálicos, por que não testá-las em humanos?

“Então eu fiz uma pergunta ao Bill” contou Trump aos repórteres com Bryan sentado ao lado de Brix. “Suponha que você atinja o corpo com uma tremenda luz, seja ela ultravioleta ou apenas uma luz muito poderosa?”, disse Trump. “E acho que você disse”, continuou o presidente, voltando-se a Bryan, “que isso não foi verificado e você vai testar”.

“E então eu disse”, continuou o presidente, “‘supondo que você trouxesse a luz para dentro do corpo, através da pele ou de alguma outra maneira?’ Acho que você disse que iria testar isso também. Parece interessante”.

“Vamos levar a ideia às pessoas certas que poderiam testar”, respondeu Bryan.

“Certo”, disse Trump. “E então eu vejo o desinfetante, que mata o vírus em um minuto. Um minuto. Existe alguma forma de fazer algo assim, por injeção?”, perguntou Trump. Foi nesse ponto em que Prix, que estava olhando para o presidente de seu assento ao lado do púlpito, desviou o olhar.

“Quase uma limpeza”, continuou Trump, descrevendo sua proposta de terapia para pacientes com covid-19. “Portanto, seria interessante verificar isso”, disse Trump a Bryen. “Você vai precisar usar médicos”, acrescentou. “Mas parece interessante para mim. Então, veremos, mas todo o conceito da luz, a forma como ela mata o vírus em um minuto, é bastante poderoso”.

A bizarra exibição de charlatanismo de Trump fez os canais que transmitiram sua fala entrarem em um frenesi para desmenti-la, buscando alertar aos telespectadores para não seguir o conselho do presidente e se automedicar.

Mais tarde, na mesma coletiva, Bryan foi forçado a esclarecer aos repórteres que seu laboratório nunca havia sugerido a injeção de produtos de limpeza em humanos, e que analisou o efeito da luz no vírus apenas em superfícies não porosas, nunca em pessoas, nem mesmo no que Trump descreveu como o “tipo de superfície semi-não-porosa” de uma mão humana.


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