Fronteira sul do México é palco de confronto grave entre imigrantes e policiais

Autoridades mexicanas repeliram na terça-feira um grupo de cerca de 100 imigrantes depois que seus protestos se tornaram violentos na cidade de Tapachula, no sul do país. Os migrantes, a maioria de origem cubana, haitiana e africana, exigiam que as autoridades de migração mexicanas processassem rapidamente suas permissões para deixar Tapachula para chegar à fronteira EUA-México ou a outras partes do México.

De acordo com o Instituto Nacional de Migração Mexicano (INM), cerca de 30 cidadãos cubanos se recusaram a ficar na fila do lado de fora do escritório de processamentos, e mais tarde se juntaram a cerca de 70 migrantes que o INM identificou como provenientes de nações africanas e do Haiti.

A Guarda Nacional Mexicana foi mobilizada para remover os manifestantes, e os protestos se tornaram violentos, segundo o INM. Segundo reportagem da Reuters, o ativista de direitos humanos Irineo Mujica disse que os imigrantes estavam frustrados depois de esperar meses por permissão para deixar Tapachula, uma pequena cidade perto da fronteira com a Guatemala.  “Ficou completamente fora de controle porque as pessoas estão muito desesperadas”, disse Mujica à Reuters.  Ainda assim, o INM repreendeu os migrantes.  “Pessoas de origem cubana, haitiana e africana se recusam a esperar sua vez de regularizar sua estadia [no México]”, diz um comunicado do INM.

As autoridades mexicanas ampliaram a aplicação das leis de imigração nos últimos anos, principalmente porque a população migrante que procura atravessar o país se diversificou. Embora a migração da América Central tenha diminuído um pouco recentemente, mais pessoas do Haiti, Venezuela e de fora das Américas, particularmente da África, tentaram cruzar o México em busca de refúgio nos Estados Unidos.  A Guarda Nacional do México, originalmente concebida como uma força policial federalizada para combater o crime organizado, assumiu um papel central na contenção de migrantes, muitas vezes em meio a acusações de violações de direitos humanos e uso excessivo de força. Embora o México tenha crescido como país receptor de migrantes, ainda é principalmente um país de trânsito.  Organizações internacionais como o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados criticaram a prática mexicana de estrangular os migrantes em cidades como Tapachula.