Um italiano, que prefere se manter em anonimato, revelou as últimas palavras enviadas por Gabriel Luiz Dias da Silva a ele no WhatsApp, antes de o modelo de 27 anos ser encontrado morto na Itália, na quinta-feira da semana passada. Segundo o rapaz, os dois tiveram um relacionamento de meses, mas terminaram o namoro antes do Natal. Pouco após se comunicar com ex, por volta das 23h30 de quarta-feira, o italiano parou de receber mensagens no aplicativo. A informação foi revelada pelo jornal Corriere della Sera.
“Ontem voltei para o Cláudio. Mais sexo e drogas. Estou perdendo muitos quilos, mas não consigo parar”, escreveu ele. Cláudio é a maneira como Gabriel se refere Gianclaudio Dalla Benetta, o idoso de 71 anos identificado pela polícia da província de Pádua, no norte do país, como o principal suspeito da morte dele. O brasileiro foi achado sem vida com um saco na cabeça, em um apartamento onde na noite anterior houve uma festa com álcool, drogas e sexo.
O ex-companheiro do modelo afirma que Gabriel havia tentado se “desintoxicar” durante o relacionamento que tiveram, mas confessou estar viciado após o término. Segundo o relato, ele era usuário de um entorpecente sintético conhecido como “a droga zumbi”.
“Posso garantir que Cláudio não era seu sócio. Era apenas um cliente que se apaixonou por Gabriel. E ele sempre aceitava ir para lá, porque [Cláudio] pagava bem. O dinheiro, os jantares fora, a boa vida… Eram a forma como Cláudio o mantinha perto de si” — relatou o jovem italiano ao veículo.
A família de Gabriel lançou uma campanha de arrecadação na internet para transladar o corpo do modelo ao Brasil. Os custos do translado, de acordo com as informações compartilhadas pelos pais dele no site da vaquinha online, totalizam € 7 mil, o equivalente a R$ 40 mil. Até a publicação desta reportagem, a campanha dos familiares, iniciada neste sábado, arrecadou pouco mais de R$ 11,3 mil.
Gianclaudio e Gabriel tinham um relacionamento amoroso, de acordo com a imprensa local. O homem, um consultor financeiro aposentado, admitiu em depoimento que encontrou o brasileiro morto após uma noitada com participação de outras pessoas.
Aos policiais, Gianclaudio explicou que Gabriel acordou, mas sentiu uma indisposição após o café da manhã. Na versão do suspeito, o brasileiro “passou mal, tomou uns remédios e voltou para a cama”. A vítima teria passado mais de 24h sozinha no quarto, até que o italiano o achou morto.
Uma investigação foi aberta para apurar os fatos. O primeiro passo na elucidação das circunstâncias da morte foi dado pela Seção de Investigação Científica, que vasculhou o apartamento enquanto Gianclaudio era encaminhado para depor.
Os policiais também tentam identificar quem mais passou pelo imóvel no dia da festa. Os agentes apreenderam os celulares da vítima e do suspeito, além de um notebook. Um exame toxicológico também foi realizado.
Gabriel frequentava o apartamento de Gianclaudio, tinha as chaves do imóvel e era visto pelos vizinhos regularmente, conforme apurou o jornal italiano “Corriere Della Sera”. Os dois mantinham um relacionamento desde 2019, quando se conheceram, e os contatos ficaram mais assíduos nos últimos meses.
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