A presidente Dilma Rousseff (PT) revelou ter certeza de que a sua campanha eleitoral não recebeu recursos provenientes de suborno. A informação foi prestada por ela em entrevista ao canal CNN em Espanhol, cuja primeira parte foi exibida na noite de quarta-feira (8).
“Eu tenho absoluta certeza que a minha campanha não tem dinheiro de suborno”, disse Dilma na entrevista, realizada no Palácio do Planalto. O suposto envio de dinheiro de propina para a campanha da petista é tido como um elemento que se comprovado poderia levar à abertura de um processo de impeachment contra Dilma.
De acordo com a presidente, suas contas foram prestadas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram aprovadas. Dilma afirmou que “se dinheiro de suborno chegou a alguém, essa pessoa será responsável”, defendendo as investigações que estão sendo feitas pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura um grande esquema de corrupção na Petrobras.
A presidente não está na lista de investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da Lava Jato enviada pelo procurador-geral da república, Rodrigo Janot. Na semana passada, Janot reafirmou a líderes da oposição na Câmara, que haviam questionado o procurador-geral, que não via razão para que Dilma fosse investigada.
Em depoimento à CPI da Petrobras no mês passado, o ex-gerente-executivo da diretoria de serviços da estatal Pedro Barusco, um dos operadores do esquema de corrupção na empresa, relatou que houve pedido de ‘patrocínio’ à fornecedora de sondas da Petrobras SBM Offshore para a campanha presidencial de 2010, quando Dilma foi eleita.
No entanto, Barusco afirmou não saber se os valores repassados foram diretamente direcionados para a campanha eleitoral. Segundo o ex-gerente, que firmou um acordo de delação premiada com a Justiça, o PT, partido da presidente, teria recebido de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões em propina como parte do esquema de corrupção descoberto pela Lava Jato.
Ainda de acordo com Barusco, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, gerenciava o recebimento de propinas para o partido no sistema que envolveu a petroleira, empreiteiras e políticos. Vaccari e o PT negam as acusações. O tesoureiro, que prestou depoimento à CPI da Petrobras na quinta-feira (9), responde a processo sob acusação de receber doações para o PT oriundas de propinas pagas por empreiteiras para a obtenção de contratos com a Petrobras.
Três ex-diretores da estatal (Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Renato Duque), já são réus no processo iniciado pela Lava Jato, além de Vaccari, executivos de empreiteiras que tinham contratos com a Petrobras e o doleiro Alberto Youssef, acusado de ser um dos operadores do esquema.
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