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Cientistas e nativos de San Diego brigam na justiça por esqueletos

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esqueletosO Centro Arqueológico de San Diego é dono de um par extraordinário de esqueletos. Com cerca de 9.500 anos de idade, eles estão entre os restos mortais humanos mais antigos já encontrados nas Américas.

Inúmeros cientistas adorariam estudar esses ossos, utilizando técnicas novas e poderosas para extrair qualquer DNA que possa ter sobrevivido em seu interior.

Mas há muitos anos os ossos estão longe do alcance dos especialistas, uma vez que estão sujeitos a uma batalha legal travada por três cientistas da Universidade da Califórnia contra a própria instituição e os Kumeyaay, um grupo de tribos de nativas do país.

Os esqueletos foram encontrados na comunidade La Jolla, em San Diego, em 1976, por uma equipe de arqueólogos que escavava em terras que pertencem à Universidade da Califórnia. Em 2006, um grupo de tribos afirmou ser proprietário dos esqueletos, e a universidade acabou por aceitar a transferência dos ossos. Para impedir a transferência, os cientistas entraram na justiça.

Depois de perderem nas primeiras instâncias, os pesquisadores envolveram em novembro a Suprema Corte dos EUA. Na semana passada, a corte não aceitou o caso, acabando com o último obstáculo à transferência.

Steven Banegas, porta-voz do Comitê de Repatriação Cultural dos Kumeyaay, que declarou propriedade sobre os esqueletos, afirmou que as tribos iriam se reunir para decidir o que fazer com os restos mortais. Ele não negou que os cientistas possam estudá-los. “Essas coisas ainda precisam ser discutidas. Queremos ser os responsáveis por contar nossa própria história”.

Na época em que os esqueletos foram encontrados, os arqueólogos tinham relativa liberdade para fazer o que quisessem com os restos mortais de nativos americanos que encontrassem nas escavações. Isso mudou com a aprovação da Lei de Proteção aos Túmulos de Nativos Americanos e de Repatriação de 1990. A lei foi uma reação a episódios terríveis na história da pesquisa dos Nativos Americanos. Ladrões de túmulos roubaram esqueletos e objetos sagrados, alguns dos quais foram guardados por diversos museus.

A lei estabeleceu um procedimento legal por meio do qual os nativos americanos podem dizer que são proprietários de objetos culturais e restos mortais humanos guardados em museus ou que sejam encontrados em terrenos públicos. Mais de 1,4 milhão de artefatos e ossos pertencentes a 50 mil povos foram transferidos de acordo com a lei, mas alguns casos geraram conflito.

O Comitê de Repatriação Cultural dos Kumeyaay, que representa 12 tribos de nativos americanos no Sul da Califórnia, afirmou ser a legítima proprietária dos esqueletos de La Jolla em 2006.


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