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Hamilton certeiro, Vettel implacável e Verstappen abusado: as notas dos pilotos no GP da China

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hamilton f1

A chuva no início da corrida acrescentou um elemento a mais de incerteza ao GP da China, já um tanto desfigurado com os pilotos não podendo treinar na sexta-feira por causa do mau tempo. E eles deixaram os boxes, domingo, para alinhar o carro no grid, sem saber como os carros iriam se comportar. No sábado, quando finalmente andaram, a pista estava seca.

O desafio para os 20 pilotos da segunda etapa do campeonato foi ainda maior ao longo das 56 voltas no Circuito Internacional de Xangai. E houve quem deu um show, como Max Verstappen, da RBR. A seguir, a análise com nota pelo que os dez primeiros fizeram no fim de semana na China. Vale lembrar que já sexta-feira começa a ser disputado o terceiro GP do calendário, no Circuito de Sakhir, no Bahrein.

Lewis Hamilton – 10
Carro: Mercedes W08 Hybrid
Posição no grid: Pole position
Classificação: Vencedor
Está pilotando como nunca. Seu estado de espírito é outro. Festivo, brincalhão e até um pouco mais integrado com os colegas. Costuma se isolar. A luta com Sebastian Vettel, da Ferrari, por tudo, vitória e pole position, tem gerado comportamento distinto de quando Nico Rosberg, companheiro de Mercedes, era o adversário. Eles digladiavam desde os 15 anos, no kart. Hamilton está estimuladíssimo. Fez bem a ele trocar o concorrente direto.

Hamilton reuniu seus imensos recursos técnicos para estabelecer a pole position, sábado, por saber da importância de largar na frente de Vettel. Celebrou muito a conquista. Este ano, tanto na Austrália quanto na China, apesar de as largadas estarem mais difíceis, por agora serem totalmente manuais, Hamilton iniciou a prova muito bem, ao contrário de 2016. A manobra foi decisiva para ganhar em Xangai, diante da semelhança de performance entre o modelo W08 Hybrid da Mercedes e o SF70H da Ferrari.

Em Melbourne Hamilton perdeu a vitória por ter sido ultrapassado por Vettel na operação de pit stop. E na China o safety car, na terceira volta, o favoreceu, pois Vettel havia parado uma volta antes para trocar os pneus intermediários pelos lisos, macios, o que para aquelas condições era o melhor a fazer, apesar do risco de poder rodar na pista nos pontos com água. A Pirelli distribuiu os pneus supermacios, macios e médios, além dos intermediários e os destinados a chuva mais intensa.

Hamilton parou na quarta volta sob regime de safety car, uma importante vantagem, o que fez Vettel cair para sexto. E ele, Hamilton, seguir líder. Aí impôs seu imenso talento até a bandeirada. Quando Vettel começou a encostar, estabeleceu a melhor volta da corrida, na 44ª passagem, para deixar bem claro que não adiantaria tentar um ataque que ele poderia ser um pouco mais rápido.

Sebastian Vettel – 10
Carro: Ferrari SF70H
Posição no grid: 2º
Classificação: 2º

Se fosse com um piloto de outra equipe provavelmente ele seria desclassificado do GP da China. Mas sendo da Ferrari as coisas tendem a ser menos graves. Em Xangai Vettel deliberadamente deslocou o carro cerca de 80 cm para a esquerda de onde deveria parar no grid para iniciar a corrida. Razão: havia água acumulada na posição destinada a aguardar as luzes vermelhas apagarem.

Ficou por isso mesmo. Indignado, Christian Horner, diretor da RBR, questionou o diretor de prova, Charlie Whiting, sobre os critérios que eventualmente geram punições a quem não respeita o local correto no grid para começar a corrida. Todos aguardam a resposta com ansiedade. Terá de ser convincente. Só não se sabe como.

Fora essa questão, apesar da sua importância, Vettel esteve no nível de Hamilton: máximo. Tanto na classificação como neste domingo. No sábado, disse ter evitado correr risco maior na frenagem para a última curva, o que o fez não tirar toda velocidade do SF70H. Mas reconheceu não ser possível ganhar de Hamilton. Ficou a 186 milésimos do inglês.

Vettel ousou no início. Do pelotão da frente foi o primeiro a entrar nos boxes, no fim da segunda volta, para substituir os pneus intermediários pelos de pista seca, os macios. E na volta seguinte obteve tempos melhores de todos do grupo da frente. Hamilton, dentre outros, teria de parar também. E o fez, duas voltas depois, mas sob o regime de safety car, por causa do acidente de Antonio Giovinazzi, da Sauber.

Vettel foi obrigado a tirar o pé, reduzir a velocidade, como exige o safety car. Isso permitiu Hamilton, Daniel Ricciardo, da RBR, Kimi Raikkonen, Ferrari, Max Verstappen, RBR, e Valtteri Bottas, Mercedes, saírem dos boxes, já com os pneus lisos, na frente do alemão da Ferrari. Em vez de provavelmente assumir a liderança da prova Vettel caiu para sexto. Mas Bottas rodou e ele avançou para quinto.

Não pôde ser tão rápido quanto possível porque tinha carros mais lentos na sua frente. Quando ultrapassou o próprio companheiro, Raikkonen, apenas na 20ª volta, passou a ganhar algum tempo em relação a Hamilton. A disputa com Ricciardo, na 23ª volta, levantou o público. Valia o terceiro lugar.

Na curva 6, as rodas do lado direito do alemão tocaram as do lado esquerdo do australiano alinhadas centro com centro. Dez centímetros mais para a frente, dez para a trás, e teríamos um acidente de alguma proporção. Risco de quem exerce a sua profissão. O piloto encostou em Max na 28ª volta, mas o holandês foi para os boxes na 30ª, para sair com supermacios.

Vettel fez o segundo pit stop na 34ª volta e colocou macios usados. Hamilton parou na 36ª e colocou macios novos. Bem, Vettel foi implacável na busca pela vitória até poucas voltas do fim quando compreendeu, de vez, que, em condições normais, não seria possível. Seu ritmo no sábado e no domingo foi muito melhor que o de Raikkonen. Está, como Hamilton, estimulado como poucas vezes na carreira. Ótimo para a F1.

Max Verstappen – 10
Carro: RB13-TAG Heuer (Renault)
Posição no grid: 16º
Classificação: 3º

Toda vez que o domingo amanhece chuvoso, a torcida já sabe: disponha ou não de um carro vencedor Max o transformará num carro potencialmente vencedor. No braço. À antiga. Chama para si a responsabilidade e com seu talento e autoconfiança voa na pista, faz os adversários parecem pertencer a outra categoria, mais lenta, claro.

Um problema eletrônico na unidade motriz o fez não passar do Q1, sábado. Ficou com a 16ª posição no grid. Mas não demonstrou preocupação maior. Sabia que havia grande chance de chover no domingo. Garantia de que avançaria na classificação.

No molhado, as muitas deficiências do modelo RB13 da RBR e da unidade motriz Renault apareceram menos e a capacidade de Max emergiu mais. A menor potência da unidade francesa nesse caso é até conveniente, pois torna o carro mais guiável. Mas quando começou a secar, o cerca de 1,5 segundo a mais no tempo de volta do RB13 em relação aos carros da Mercedes e da Ferrari se manifestou na plenitude. O time austríaco vai demorar um pouco para entrar na briga.

Mesmo assim Max saiu de 16º para receber a bandeirada em terceiro. Não é preciso se estender demais na sua proeza. Aos 19 anos deu outro show de habilidade e coragem, como havia feito no GP do Brasil do ano passado. Em Xangai ultrapassou Raikkonen, seguramente com um monoposto mais rápido, como se o finlandês tivesse problemas sérios, tamanha a diferença de velocidade. E deixou também o companheiro de RBR, Ricciardo, para trás sem maiores esforços. Criemos um critério extra para as notas. A de Max é 10 com louvor.


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