Pela primeira vez nos Estados Unidos, um bebê nasce saudável de uma mãe com útero transplantado. A mulher, que nasceu sem útero e recebeu a doação do órgão de uma paciente viva, deu à luz em novembro, no Centro Médico da Universidade Baylor, em Dallas.
Segundo a porta-voz do hospital Julie Smith, a família do recém-nascido pediu para que o nome, a cidade-natal e a data de nascimento do bebê fossem preservados para manter a privacidade de todos. No entanto, o sistema de saúde Baylor Scott & White Health comunicou o feito, que colocou os EUA como segundo país a ter uma criança nascida de uma mulher que recebeu o transplante de útero.
Até então, apenas o Hospital Universitário Sahlgrenska em Gotemburgo, na Suécia, havia registrado nascimentos desse tipo. O primeiro aconteceu em 2014, e depois disso, outras sete crianças foram concebidas nas mesmas condições.
Para o principal pesquisador do ensaio clínico de transplante uterino do hospital de Baylor Giuliano Testa, o nascimento foi um “marco” e “um lindo momento de amor e esperança para uma mãe sempre ouviu que nunca poderia gerar seu próprio filho”, disse ele em um comunicado.
O transplante foi realizado como parte de um estudo que analisa o desenvolvimento de novas alternativas para o tratamento de infertilidade em mulheres que não poder ter filhos, seja porque elas nasceram sem o órgão, perderam o útero ou têm um que não funciona mais.
Cerca de 5% das mulheres de todo o mundo possuem infertilidade do fator uterino, o que, até o momento, é considerada uma condição irreversível. De acordo com os cientistas, apenas nos EUA, aproximadamente 50 mil mulheres têm interesse nesse tipo de transplante.
Porém, ainda é necessário que a técnica seja aperfeiçoada. Segundo a equipe médica que faz parte do estudo, antes deste caso, outras três mulheres haviam recebido o transplante de útero. Porém, nenhuma delas obteve sucesso no procedimento e tiveram o órgão removido.
O órgão transplantado não é projetado para ser permanente, uma vez que os receptores devem tomar medicamentos contra a rejeição. Após a primeira ou segunda gravidez, o útero doado é removido.
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