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Entra ano, sai ano, e as análises e comentários sobre o apertadíssimo calendário do futebol brasileiro frequentemente aparecem. Normalmente, o assunto é relembrado pelos profissionais das equipes quando o time não está bem. Falta tempo para treinar, para descansar, para aprimorar as alternativas táticas… No caso do Atlético-MG, o técnico interino Thiago Larghi falou muito sobre isso na entrevista coletiva após a derrota para o Cruzeiro, no clássico desse domingo.
– O desenvolvimento de jogadas mais combinadas, o entrosamento, vai vir só com mais tempo, só com trabalho, com sessões de treinamento. Não se faz um time só com palavras. Com jogo quarta/domingo, quarta/domingo, a gente não tem tempo para fazer isso. A gente tem que recuperar o jogador. Então, é claro que a sequência de trabalho, o tempo de trabalho é que vai conseguir entrosamento, maior combinação, velocidade das ações, porque também sabemos que do outro lado tem um time que se prepara bem – anlisou.
No caso de Larghi, não é “desculpa”. É absolutamente compreensível a reclamação. Ele assumiu o cargo de técnico – de forma interina – há menos de um mês, após a demissão de Oswaldo de Oliveira, e tem tentado mudar a estratégia de jogo do time. A proposta é de uma marcação forte e de velocidade no contra-ataque. Funcionou muito bem em algumas partidas, mas em outras, especialmente contra o maior rival, melhor equipe enfrentada até agora pelo Galo no ano, não deu muito certo. É claro que não dá para apostar em uma única estratégia. Alternativas são necessárias, mas precisam de tempo. Para consolidar um padrão de jogo é preciso muito treinamento. Para treinar os “planos B, C e D” para as partidas, ainda mais.
É aí que entra o principal desafio de Thiago Larghi, que é a impossibilidade de ter aquilo que precisa: tempo. Considerando o melhor cenário para o Atlético-MG no primeiro semestre, que seria com o time avançando em todas as competições (chegando na final do Mineiro e nas oitavas de final da Copa do Brasil), o time terá apenas três semanas “cheias” para treinos até a pausa para a Copa do Mundo, no meio de junho.
A atual sequência “quarta e domingo” mencionada por Larghi segue até o dia 25 de março, data da segunda partida da semifinal do Campeonato Mineiro – se o Galo chegar até lá, claro. O jogo seguinte é o primeiro da final do Estadual – também condicionado à classificação -, no dia 1º de abril. Entre as duas datas, uma semana livre para Larghi aprimorar o time.
Depois disso, as duas semanas cheias que o time terá antes da Copa serão no fim de abril ou em maio. Ainda não se sabe quando, isso porque a CBF reservou, no calendário 2018, cinco datas para as oitavas de final da Copa do Brasil. Se o Galo chegar até lá, precisará de apenas duas delas, claro (jogos de ida e volta). Uma já está eliminada, porque o time tem o duelo de volta pela Sul-Americana, contra o San Lorenzo, no dia 8 de maio, uma terça-feira. Sobram quatro datas para o Atlético-MG jogar as oitavas do torneio nacional. Duas serão usadas, duas servirão de descanso e treinamento.
O cenário é apertado na hipótese de o time avançar em todas as competições. Ainda assim, não há dúvida: Larghi e a direção alvinegra preferem o pouco tempo para trabalhar do que semanas livres em função de desclassificações. O Galo começou a temporada com muita oscilação, mas ainda tem, além do Mineiro, Copa do Brasil, Sul-Americana e Brasileirão pela frente. A temporada ainda pode guardar muitas surpresas – para o bem ou para o mal.
É válido deixar claro que as datas na tabela abaixo são datas-base e podem sofrer alterações. Jogos marcados para quarta-feira, por exemplo, podem ser mudados para terça ou quinta, assim como os jogos de domingo podem mudar para sábado ou, no Brasileirão, até para segunda-feira.
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