Entre 1989 e 2018, é possível identificar três grandes ondas de imigração de brasileiros decasséguis para o Japão: na virada dos anos 1990, depois no fim da década e agora, nos últimos anos, com a crise financeira que resultou em 27 milhões de desempregados no Brasil. Para Natália Fingerman, professora de Relações Internacionais da Unisantos, a questão econômica explica uma boa parte da motivação para brasileiros que buscam mudar de vida em outras partes do mundo, mas a melhoria na qualidade de vida é muito importante.
Em 1989, havia 14 mil brasileiros vivendo no Japão. No ano seguinte, eram 56 mil. Em 1992, 119 mil. Segundo o Consulado Geral do Brasil em Tóquio, que usa as estatísticas do ministério da Justiça japonês, hoje são 191.362 cidadãos brasileiros vivendo no país. O número de brasileiros deve aumentar novamente até o fim do ano. Desiludidos com a situação do país, jovens estão esperando o pedido de visto de trabalho para ir pela primeira vez para o outro lado do mundo.
O grande problema desse movimento, na opinião da professora Natália Fingermann, é que a saída de profissionais que no Brasil são considerados qualificados acaba prejudicando a própria recuperação do país. “Acabamos perdendo muitas pessoas com qualificação profissional aqui, isso cria um déficit no mercado. Quando as empresas estrangeiras voltarem a investir aqui, os cargos mais altos acabarão ocupados por gente que eles vão precisar trazer, não por brasileiros e isso faz com que os recursos não fiquem por aqui”, explica.
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