A brasileira Anna Luísa Beserra foi uma das selecionadas, ao lado de outros seis premiados, todos com menos de 30 anos, para o Prêmio Jovens Campeões da Terra, da ONU Meio Ambiente, escolhidos em regiões da África, América do Norte, Ásia, Pacífico e Europa.
Anna Luísa, de 21 anos, foi a vencedora da América Latina e Caribe. A premiação, que acontece desde 2017, reconhece o trabalho de “jovens brilhantes ambientalistas com visão prestigiada e bem-sucedida”. Aos 15 anos, Anna Luísa já começou a desenvolver tecnologias para purificação de água. No mundo todo milhões de pessoas não têm acesso à água potável e a saneamento. Uma situação que ocorre em muitas localidades da região semiárida nordestina do Brasil.
A consequência disso é que, a cada dois minutos, estima-se que uma criança morra devido a problemas associados com a má qualidade da água, como por exemplo, infecções bacterianas e diarreia. “Essas comunidades rurais necessitam armazenar água durante a época de chuvas para que não precisem caminhar longas distâncias nas estações mais secas. Às vezes, a água fica infectada com transmissores de doenças e frequentemente não está limpa”, explica Anna Luísa. Aos 15 anos, a estudante já começou a desenvolver uma tecnologia para purificação de água. Inspirou-se no sistema Sodis, criado na Universidade Americana de Beirute, que utilizava energia solar para descontaminar água contida em garrafas plásticas.
Anna Luisa aprimorou o método e criou filtros, que purificam a água da chuva coletada por cisternas instaladas em áreas rurais. Chamado de Aqualuz, o dispositivo tem baixo custo, fácil instalação e garantia de eliminar 100% das bactérias presentes na água. A tecnologia pode limpar até 10 litros de água em 4 horas. O custo médio para cada 10 litros de água tratada é de R$0,03 e o equipamento possui uma durabilidade de 20 anos. Atualmente há mais de 50 aparelhos Aqualuz, instalados em casas de oito cidades, em cinco estados do país. A menina baiana que cursou Biotecnologia Industrial na Universidade Federal da Bahia e também já fez curso no MIT Sloan School of Management, em Cambridge, sonha agora em levar a tecnologia de purificação de água para outros países do mundo.
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