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Messi doa chuteira para leilão e provoca polêmica no Egito

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Há algumas semanas, Lionel Messi recebeu elogios ao redor do mundo por realizar o sonho de um pequeno fã no Afeganistão – o melhor jogador de futebol do mundo deu uma camisa da seleção argentina e uma bola para um menino cuja foto usando um uniforme improvisado a partir de uma sacola plástica viralizara.

Mas quando o atacante do Barcelona fez um gesto similar no Egito essa semana, ele provocou um incidente diplomático: durante uma entrevista para um programa de TV, Sim, Eu Sou Famoso, Messi disse ao apresentador que gostaria de doar um par de chuteiras para ser leiloado em prol de uma instituição de caridade. O argentino e sua assessoria não devem ter sido informados de que no Egito e em outros países árabes da região sapatos podem ser usados como um símbolo de desrespeito ou insulto.

Alguns fãs egípcios ficaram ofendidos e expressaram sua ira nas redes sociais. “Isso é nojento. Messi recebe milhões de dólares, doa seus sapatos e a apresentadora ficou feliz”, tuitou um usuário chamado @Sala77ar7ash. Outro usuário, @sulimanahmad670, assumiu tons nacionalistas. “O Egito é maior que as chuteiras de Messi. Isso é um grande insulto ao Egito”.

Na cultura árabe, mostrar a sola dos sapatos pode ser ainda mais ultrajante. Há até uma expressão, “bater em alguém com um sapato”. Não foi por acaso que, em 2008, o jornalista iraquiano Muntasir al-Zaydi jogou seus sapatos no então presidente dos EUA, George W. Bush, durante uma entrevista coletiva.

O sapato pode ser considerado sujo porque fica em contato com o solo e é associado ao pé, a parte mais baixa do corpo. Sendo assim, alguns egípcios ficaram ofendidos com o fato de apresentadora que entrevistou Messi, Mona al-Sharqawi, segurou as chuteiras com as mãos.

“Ela deveria ter recusado essa doação insignificante”, escreveu @awatifalqaisey.

Em resposta à doação de Messi, o parlamentar egípcio Said Hasasin, que apresenta um programa de TV no canal Al-Asimah, tirou seus sapatos o ar e disse que iria doá-los a Messi.

A polêmica serviu até para que opositores do presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, fossem ao ataque. Uma hashtag sugerindo que as chuteiras de Messi fossem enviadas para o governo apareceu em mais de 15 mil posts no twitter.

No Facebook, uma página favorável à Irmandade Muçulmana, partido do ex-presidente Mohamed Morsi, deposto por um golpe militar em 2013, disse que o incidente era uma “humilhação para a gangue de militares que mataram inocentes e sequestraram o presidente Morsi”.


Agenda Cultural, by Roger Costa . 07/04/2016

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