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Léa Campos: Nem Tudo Que Sopramos Faz Barulho

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O futebol é o sonho dourado de muitos. Não importa muito a posição que ocupa: jogador, preparador, técnico, dirigente, árbitro, etc., o importante é estar em evidência dentro e fora do campo de futebol.

Hoje lutamos para que o futebol feminino seja uma realidade em alguns países e principalmente que seja igualitário. A luta é grande, mas a vitória será maior ainda.

Alguns jogadores ganham fortunas para jogar futebol, outros nem tanto, a desigualdade é notória e nem sempre ser bom de bola significa bons contratos.

Entretanto, não apenas os jogadores sofrem com esse tipo de desvalorização, os árbitros em geral têm o apito como bico, já que infelizmente em alguns países não é uma profissão reconhecida e acobertada pelas leis trabalhistas.

No meu caso por exemplo, por ser jornalista e por ter sido pioneira, conseguia trabalhar no jornalismo e como árbitro. Dificilmente é elogiado, bastante criticado, além de ser a figura mais controversa do mundo futebolístico, alvo do torcedor, que é implacável e nunca está satisfeito com as decisões do árbitro, o que torna o juiz o centro das atenções, antes, durante e principalmente depois do jogo.

Sabedores de que o apito não dá as mesmas vantagens de outras profissões, dividem-se entre o hobby e o trabalho, ou seja, exerce outra função para ter uma renda capaz de fazer frente às despesas.

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Não é apenas o árbitro brasileiro que sofre com esse problema, os de fora também, alguns exemplos fora e  dentro do Brasil: Niccola Rizzoli, italiano, que apitou Alemanha X Argentina no Mundial do Brasil de 2014, tendo apitado também as decisões da Liga Europa em 2010 e da Liga dos campeões de 2013, quando não está apitando está em seu escritório de arquitetura. O uruguaio Dario Ubríaco, que pendurou o apito em 2015, sempre viveu do futebol, foi zagueiro no Central Espanhol (Uruguai) e do Dundee United (Escócia), poderia ter se dedicado a outra faceta dentro do futebol, porém hoje administra junto com um amigo uma empresa de frutos do mar. Dario apitou a final da Libertadores o ano passado.

Heber Roberto Lopes, é o árbitro que mais apitou jogos da Série A do brasileiro. Heber é professor de Educação Física, nasceu em Londrina, acaba de aceitar uma proposta da federação de Santa Catarina onde ganha o maior salário do Brasil na categoria e apesar de tudo isso está cursando jornalismo.

O mexicano, Marco Antonio Rodriguez, que devido à sua semelhança com um personagem de TV, carrega consigo o apelido de “pequeno Drácula”, seu currículo apresenta jogos importantes, como foi o jogo Itália x Uruguai, Brasil 2014, onde o destaque ficou por conta da mordida de Suárez no italiano Chiellini, que não mereceu atenção de dito árbitro tanto que não marcou falta, seu último jogo foi o vexatório 7 x1, que a seleção alemã impôs aos brasileiros no Mineirão. Rodriguez, que  nunca foi simpático ao apelido de  o “pequeno Drácula”,  hoje é pastor protestante e diretor de cursos relacionados ao mundo do esporte e da arbitragem.

Jonas Erikxxon, sueco, iniciou como jornalista, mas foi trabalhar na empresa que detém os direitos de transmissão de eventos pelo mundo, chegou a ser sócio, mas em 2007 vendeu sua parte por seis milhões de euros, “tive um período fantástico como empresário, mas desde 2011 me dedico apenas a ser árbitro”. Seu currículo é marcado por jogos importantes, como a Super Copa da Uefa de 2013, e dois jogos na Copa 2014; USA x Gana e Argentina x Suíça.

Pierluigi Colina, italiano, é considerado o melhor árbitro de todos os tempos pelo IFFHS, em 2002 dirigiu a decisão Alemanha x Brasil, quando o Brasil se tornou pentacampeão. Formado em economia, foi consultor financeiro de banco, atualmente é dirigente da Associação Italiana de Árbitros, aposentou-se em 2005.

Concluímos que o futebol é cheio de glamour, mas não rende para todos igualitariamente, alguns sobressaem-se, outros nem tanto. Alguns apelam para o estrelismo e conseguem notoriedade, outros erram tanto que acabam odiados por dirigentes e torcedores. De minha parte agradeço ao período que apitei por tudo que consegui material e espiritualmente.

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação. 

Lea


Social Press . 14/04/2016

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