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Léa Campos: Uma Luta de Nunca Acabar

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lea campos futebolApesar do futebol feminino ter sido criado na Inglaterra em 1920, no Brasil ainda engatinhamos. Para se ter uma ideia, a liberação do futebol feminino aconteceu em 1979 e a primeira seleção brasileira feminina foi formada em 1986 quando perdeu um jogo amistoso para os Estados Unidos pelo placar de 2×1.

Falta apoio dos clubes profissionais (futebol masculino) e incentivo do governo.

Cumprimos tabelas de competições, mas não recebemos a respeitabilidade que deveríamos ter, nos veem como o “Fantasma da Ópera”, não nos dão o lugar que merecemos.

Está provado que o futebol feminino a nível mundial está em outro patamar, somente no Brasil o ex-país do futebol, nossas atletas não são vistas como investimento.

São Paulo, a locomotiva do Brasil, teve o Santos como o primeiro clube a profissionalizar o futebol feminino no Brasil, agora é a vez do América mineiro, que apesar de não ser tão rico quanto Cruzeiro e Atlético, acaba de dar às meninas a visibilidade profissional que tanto buscamos.

As jogadoras do Coelho, terão carteira assinada e contrato registrado na CBF, com a aprovação irrestrita da diretoria, o América é o primeiro em Minas Gerais a dar à equipe feminina o mesmo trato que dá aos homens.

Como demonstra a folha de pagamento do Futebol Feminino, o América terá uma despesa em torno de R$50 mil.

Como pode ver não é uma fortuna, o que falta realmente aos administradores dos clubes profissionais brasileiros é vontade de ajudar as meninas.

Kamila Chaves, a camisa 9 do América, teve passagem pelo Atlético Mineiro, Rio Preto, Santa Cruz e Francana.

Kamila é uma estrela que está sendo desejada por equipes de fora do Brasil. Por que? Porque não temos como segurar nossas melhores atletas com os salários que oferecem fora do Brasil.

Na Taça Minas Gerais, Kamila marcou 19 gols, é a artilheira da competição. Com seus 23 anos tem uma carreira promissora pela frente.

Feliz com seu atual momento ela comenta:” Eu e minhas colegas de elenco estamos muito felizes por estar em um dos poucos times do país que profissionalizou a modalidade. Somos gratas por este reconhecimento. Sempre sonhei em jogar futebol e quero um dia poder viver disso”.

Creio que outras equipes seguirão o exemplo do América, não apenas em Minas, mas em todo o Brasil, basta apenas ter união em torno do desejo de desenvolver dita modalidade.

“Vejo como guerreiras as mulheres que batalham por um futebol feminino igual ao masculino. O pouco que já conquistamos hoje em dia foi por conta de muita luta e pode ter certeza que continuaremos lutando, para que possamos conquistar mais espaço”, declarou Kamila.

O que me deixa triste em tudo isso, é saber que temos potencial para sermos as melhores do mundo no futebol feminino e os dirigentes não conseguem ver isso, ou não querem ver. Por sonhar não pago nada, por isso sonho que um dia não muito distante o futebol feminino será profissionalizado no Brasil como o é em outros.

Briguei sozinha contra os machões e mandões do futebol brasileiro para ser árbitra e venci, hoje está mais fácil por ser um desejo coletivo, só não podemos desistir no meio do caminho, a luta é árdua e difícil, mas a vitória será o mel para nossos lábios.


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