Léa CamposNotícias

Léa Campos: Construindo Muros

0

lea futebol time feminino

Agora vai o futebol feminino começa a ser levado a sério. A partir de 2018, os clubes brasileiros das séries A e B terão que se adequar aos novos requisitos para licença da FIFA, da CONMEBOL e da CBF se pretendem participar das competições patrocinadas por ditas entidades tais como: Brasileirão, Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana. Esta orientação foi divulgada dia 26 de janeiro, por ocasião do primeiro seminário sobre licença de clubes da CBF.

Uma das principais exigências, que certamente afetará a maioria dos clubes brasileiros, é a obrigatoriedade de ter uma equipe feminina de futebol a partir de 2019 para disputar competições da Conmebol, Libertadores e Sul-Americano.

Atualmente dos 20 clubes da Série A, somente oito possuem equipes femininas: Flamengo, Ponte Preta, Vitória, Santos, Corinthians, Grêmio, Sport e o América de Minas Gerais, que dos três grandes do Estado, é o único que já atende tal exigência.

Marco Aurélio, responsável por coordenar o Futebol Feminino da CBF, falou sobre o tema, enfatizando que no Brasil existem no momento 150 times femininos, fazendo um pedido: ” Peço aos clubes brasileiros licenciados que se organizem para fazer crescer a modalidade, a CBF já subsidia as competições e paga os custos operacionais e logísticos, o clube só precisa montar equipe, comissão técnica e manter seus salários. Não é difícil, dá para fazer. No futuro dará muito retorno. Hoje estamos quebrando o preconceito, pais querem ver suas filhas jogando futebol, a maior dificuldade é vocês acreditarem que é preciso ter um time feminino, não tenham medo”.

As punições para os que não cumprirem vão desde multa a exclusão de competições.  “Vocês, clubes, precisam pensar nisso”, advertiu Reynaldo Buzzoni, diretor de registro da CBF e responsável pela implantação do licenciamento.  Com um pouco de vontade é possível, digo por minha experiência no futebol feminino. Em 1983, quando o futebol feminino já estava autorizado, criei uma equipe e patrocinei a 1ª Copa Léa Campos. Não digo que foi uma tarefa fácil, mas a receptividade foi muito grande e gratificante. Contamos com equipes de Juiz de Fora, Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga, Cruzeiro, Atlético, América, além de mais times de Belo Horizonte entre os quais se encontrava meu time: Equipe Futebol Clube. Fizemos uma competição sem tumultos, sem brigas, e com total apoio das respectivas torcidas. Os jogos foram realizados em dois turnos, assim que tivemos que viajar ao interior. Minha pergunta é: se pude ter uma equipe sem apoio de times profissionais, por que os mesmos não podem fazer o mesmo? Não entendo porque Cruzeiro e Atlético acabaram com o futebol feminino. Como a onda do momento é construir muros, a CBF está construindo um para obrigar os clubes profissionais a ter equipes de futebol feminino, se não acatarem as ordens o muro impedirá e imporá dificuldades para participar em competições oficiais. 

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.

Léa Campos


Social Press . 02/02/2017

Previous article

Movie Review: In “THE LURE” a pair of seductive famine sirens are out in the world looking for fame, flesh and love

Next article

You may also like

Comments

Leave a reply

O seu endereço de e-mail não será publicado.

More in Léa Campos