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Léa Campos: Antes Tarde do que Nunca

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Lea futebol arbitra

Aos poucos a mulher vai conquistando o espaço que por justiça lhes pertence.

Não é justo que nos impeçam de apitar futebol apenas por sermos mulheres, somos submetidas às mesmas avaliações, fazemos o mesmo curso, então por que nos impedem de atuar? Por medo? Sim creio que é isso, medo de que possamos ser melhores e diminuir a chance masculina.

É um ambiente difícil e às vezes hostil, mas com determinação e seriedade podemos alcançar o respeito e as oportunidades que buscamos.

Pernambuco volta a escalar uma mulher para o clássico das multidões, Sport e Santa Cruz, 25 anos depois que Maria Edilene, ter sido a primeira mulher pernambucana a apitar o mesmo jogo.

A Federação Pernambucana de Futebol (FPF) escalou no último sábado a árbitra Débora Cecília, dos quadros da CBF e da FIFA para a difícil missão.

O treinador do Santa Cruz, Vinícius Eutrópio, elogiou a escalação por ser uma opção para igualar os direitos.

Apesar disso ele ressaltou, que hoje se respeita mais as mulheres árbitras que antigamente.

Como pioneira posso contrariar essa opinião, pois em minha carreira nunca tive problemas com os jogadores, e posso dizer que apitei em quase todo o país e também no exterior.

A maior evidência foi o clássico piauiense entre Flamengo e River, que apitei. Foi chamado “O Jogo da Paz” e eu recebi o nome de “Léa Campos, A Pacificadora”. Claro que foi um jogo tenso, já que no encontro anterior houve uma briga generalizada onde, além das punições das entidades regentes, houve até prisões.

O jogo foi tranquilo, não fui colocada em dúvida pelos jogadores e dirigentes, e o respeito foi visível, tanto assim que apitei outro jogo na semana seguinte.

Este clássico pode ser comparado a Cruzeiro e Atlético e outros clássicos brasileiros.

O respeito é imposto pela mulher, que deve ter em mente que está em campo para dirigir um jogo e deve se comportar como autoridade e não dar margem à comentários maliciosos.

A falta de confiança em nossa capacidade é devida ao uso indevido do trabalho, quando fazem do campo de futebol uma janela da Holanda.

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.

Léa Campos


Social Press . 30/03/2017

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