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Léa Campos: Absurdos Acontecem

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Quando pensamos que a justiça será feita, aparece alguma maracutaia para ajudar aos corruptos.

Os cartolas brasileiros com processos por suspeita de corrupção, poderão ficar livres de ditas acusações, devido ao novo código de ética da FIFA que está em vigor desde o último dia 12.

Ricardo Teixeira, contra quem pesa uma investigação nos EEUU e na Suíça, por envolvimento com propinas da ISL em contratos com a Nike na década de 90, assim como votar pelo Catar para ser escolhido para sediar a Copa 2022.

Estes supostos crimes estão prestes a prescrever ou até fora dos prazos.

Segundo o novo código de ética (?) da entidade máxima do futebol, um ato irregular tem 10 anos para ser investigado, se não o fazem o assunto (corrupção) é arquivado e ninguém pode ser punido.

Esse novo código causou muita polêmica, pois ao que parece, visa dificultar o combate à corrupção.

“O caso da ISL envolve atividades que ocorreram há décadas”, argumentou a cofundadora da campanha New FIFA Now, Bonita Mersiades, que busca reformas no esporte, questionou a mudança no código e criticou bastante.

“Como é que alguém pode ter qualquer confiança nesse código de ética e nessa FIFA?”. O ex-presidente Blatter, revelou em seu livro Ma Vérité (Minha Verdade), o envolvimento dos brasileiros no esquema, referindo-se ao caso da falência da empresa que vendia os direitos de transmissão dos jogos das Copas do Mundo, agindo de forma independente.

A ISL era suspeita de pagar propinas.

“Eu então descubro que uma caixa preta foi constituída”, argumentou Blatter, que no início se recusou a acreditar que João Havelange estivesse envolvido.

“Penso em Teixeira e não em Havelange”.

De acordo com o ex-presidente da FIFA, porém documentos do Tribunal de Zug (Suíça) indicaram que Teixeira levou U$12,4 milhões.

Em 2012, Teixeira se afastou da FIFA antes de ser punido, agora todo o caso poderá ser arquivado, já que referidos crimes ocorreram em 2008.

Segundo a FIFA, em suas explicações sobre a prescrição de um crime: “Ainda que o novo código tenha introduzido novos limites para irregularidades sérias, o Comitê de Ética acredita que dez anos (ou quinze, se uma investigação já foi aberta) é tempo suficiente para completar a investigação”.

“O estatuto de imitação e princípio geral do direito é aplicado em sistemas legais, tanto em assuntos criminais como civis”, conclui a FIFA, tentando justificar o injustificável.

É triste e desanimador ver que a corrupção continua sendo apadrinhada por poderosos que criam e recriam formas de ajudar ladrões e corruptos.

 

Informar é um privilégio, informar corretamente uma obrigação.

Léa Campos


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