Jogadores e técnicos sonham em atuar fora do Brasil com a ilusão dos dólares que receberão. Claro que as vantagens que oferecem são tentadoras e por isso muitos resolvem se aventurar em outros países. O técnico brasileiro, Claudio Roberto, após receber a Licença A da CBF, foi contratado em agosto de 2021 para dirigir uma equipe da terceira divisão nos Emirados Árabes. Ao chegar ao país, foi informado pelo presidente do clube, que o visto de trabalho dele trabalho não seria de treinador de futebol e sim supervisor de vendas de passagens da Marengo Travel Agent.
“Ele queria que eu aceitasse uma permissão de trabalho como supervisor de vendas. Não aceitei e não dei sequência na aplicação. Tenho carreira como treinador. Não posso chegar aqui, na prática trabalhar como técnico e nos documentos estar como supervisor de vendas. Não é correto. Passar por isso, aceitar uma situação dessa contra a minha vontade, é horrível”, declarou o treinador, que já passou por diversos clubes no Brasil e no exterior e dirigiu a seleção do Sri Lanka. A situação dele é bastante difícil. Ele foi impedido de deixar os Emirados Árabes Unidos, devido a uma ação movida pelo egípcio Mahmoud Alkmash, proprietário do Sport Support Club de Abu Dhabi. Sem contrato, devido o problema do visto de trabalho, Claudio trabalhou dois meses e meio sem receber. Diante de tantos problemas, Claudio e mais sete brasileiros (2 da comissão e 5 jogadores), resolveram deixar o clube. Quando tentaram embarcar dia 22 de novembro, o técnico foi impedido de viajar pelo setor de imigração, mas os demais conseguiram voltar para o Brasil.
No aeroporto, Claudio foi informado que Mahmoud tinha uma ação no Ministério do Trabalho e na Justiça do Trabalho dos Emirados Árabes, alegando que ele estaria fugindo do país sem a sua autorização. Dita denúncia tinha como base o vínculo com a agência de viagem, apesar de ele nunca ter assinado nenhum documento. Agora o presidente do clube está exigindo a quantia de R$113,5 mil para deixá-lo voltar para o Brasil. Como se fosse pouco, o visto de visitante de Claudio venceu dia 2 de dezembro e ele teme ser preso pelas autoridades. Ele está hospedado em casa de um amigo em Dubai. O Itamarati informou que está a par do assunto e o setor consular da Embaixada do Brasil em Abu Dhabi, disse para Claudio procurar um advogado já que não oferece serviço de assistência jurídica.
Uma pergunta que me incomoda e muito: PARA QUE SERVEM AS EMBAIXADAS E CONSULADOS BRASILEIROS, se quando precisamos não fazem nada?
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