A Rádio Itatiaia, aos poucos vai desaparecendo como referência. Acir Antão ainda sobrevive ao desmanche daquela que foi referência nacional, desde que foi vendida para Menin, a Itatiaia deixou para trás seu passado glorioso. Muitos foram demitidos sem que fosse prestada uma homenagem em respeito pelos serviços prestados. Agora foi a vez de Alberto Rodrigues, nosso eterno Vibrante, cruzeirense autêntico, que sempre defendeu o clube.
A rádio nasceu em 1952 em Nova Lima pelas mãos de Januário Carneiro, que fez da emissora um marco nas transmissões, que se fazia sempre presente quando o fato apresentava. Alberto nos fez vibrar até em jogos sem importância, era o narrador que nos levava ao topo da conquista e amenizava nossas derrotas. Alberto chegou a Itatiaia em 1963, ficando pouco tempo, pois não resistiu ao convite da Inconfidência e aceitou mudar de rádio em 1968. O dito “casamento” durou 10 anos, como filho pródigo regressou em 1978 à maior emissora do país, sendo desligado agora. Cruzeirense assumido, disse ter narrado 90% dos jogos do seu amado Cruzeiro, pelos cálculos dele foram 3 mil jogos. Nos emocionou em 8 Copas do Mundo.
“A rádio perdeu Vilibaldo Alves no final da década de 70 e fui novamente contratado, quando Willy Gonser foi contratado no início dos anos 80, a emissora passou a fazer a separação e o método deu certo: eu narrei os jogos do Cruzeiro e o Willy narrava os jogos do Atlético, proporcionando um enorme crescimento de audiência, e este formato continua até hoje”. Um dos jogos que marcou a vida do Vibrante, foi a final da Copa Brasil no ano 2000. A decisão São Paulo x Cruzeiro, iniciou em São Paulo com um empate sem gols, o jogo de volta, no Mineirão, o time paulista abriu o placar aos 21 minutos do segundo tempo, o time mineiro não acreditando na derrota continuou buscando o empate, o que ocorreu com o gol de Fábio Jr. aos 35 minutos da segunda etapa, mas o time Celeste precisava de mais um gol, o que aconteceu já no apagar das luzes com Geovanni, levando a torcida a loucura.
“Duvida que foi um jogo emocionante que está gravado em minha memória”, completou Alberto Rodrigues. Tostão foi o maior jogador que passou pelo Cruzeiro, mas na mesma época teve Dirceu Lopes, extraordinário jogador. “Naquela época o time era quase imbatível: Raul Procópio e Neco, William, Pedro Paulo, Piazza e Natal, Dirceu Lopes, Tostão, Evaldo e Hilton Oliveira. Quando esse time entrava em campo era um frenesi generalizado”. Quanta saudade nos invade neste momento. “Tenho recebido muitas mensagens, o que me deixa muito feliz, nas últimas décadas ganhei muitos admiradores pelo meu modo de narrar, sem ser espalhafatoso e respeitando os clubes, acho que isso foi bem recebido pelo público, não vou me aposentar, estou aberto para convites, hoje tem narração pelo YouTube, as coisas são mais fáceis, mas não quero ser um profissional que faz longas viagens, até pela minha idade”. Obrigada Alberto por ter nos dado tanta confiança em suas vibrantes narrações.
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